terça-feira, 6 de dezembro de 2011

EITCHA SALVADOR


Andar por Salvador é uma aventura digna dos Bandeirantes.
Se tiverdes coragem ou necessidade de se deslocar a pé, encontrarás obstáculos mil.
Se houver calçada, estará tomada por carros, camelôs, promotores de alguma financeira ou cursinho devidamente uniformizados, ou entulhos e lixos diversos espalhados. Normalmente as calçadas estão precárias de tal maneira que impossibilitam o uso em muitos trechos.
A desordem impera em praticamente toda a cidade.
Se a distância do seu deslocamento for um pouco maior e decidires ir com seu carro, prepare-se.
Estacionar vai ser difícil, ainda mais se desejares cumprir as leis. Fatalmente será abordado por um flanelinha, uniformizado ou não, mas que fará questão de não emitir o recibo de estacionamento.
O maior problema, no entanto é o deslocamento intercalado por crateras, carros parados e estacionados em locais proibidos, “roubadinhas” que tumultuam o deslocamento, veículos de transportes fazendo carga e descarga, pedestres se deslocando e invadindo as ruas, pois as calçadas estão tomadas de obstáculos, sinalização insuficiente e semáforos desregulados, ciclistas e motoqueiros imunes às leis.
Se fores politicamente correto e optares por um ônibus, muna-se de coragem.
Inexiste informações precisas de qual linha tomar para o seu itinerário, ela só existe no coletivo.
O coletivo apanhará os passageiros onde o motorista achar conveniente, não raro ele, para no meio da rua nas proximidades do ponto, por algum empecilho, como carros indevidamente parados no ponto, falhas na pavimentação ou por opção, portanto a sua aventura começa aí, alcançar a porta do veículo.
Se fordes bem sucedido, o próximo estágio e permanecer ileso, pois freadas bruscas e arranques repentinos, poderão acrescer sustos, emoções e hematomas a sua viagem.
O que parece inexistente é a autoridade.
Também acho que a fiscalização e a lei não resolvem todos os nossos problemas, é fundamental que queiramos cumprir as leis, pois do contrário, nunca serão suficientes as eventuais fiscalizações e nem os órgão fiscalizadores.
No entanto, acho pouco coerente que as várias instâncias de nossas autoridades não estejam em sintonia e gerando sinergia em ações que sejam complementares.
O que custa à polícia militar, embora cuidar do trânsito não seja sua função, advertir um condutor em flagrante desrespeito às leis (estacionado em local inapropriado, ciclista na contramão, motociclista que avança o sinal, veículos de transporte de passageiros e descarga impedindo o trânsito...).
A prefeitura poderia dizer a que veio, exigindo as calçadas, tornando a coleta de lixo regular (divulgando os horários e roteiros), exigindo regularização nas construções impedindo o esgoto irregular o depósito de entulho nas calçadas, etc.
Os diversos organismos poderiam trabalhar em conjunto, elencando as irregularidades vistas para os setores competentes, reduzindo o trabalho que certamente teria que recomeçar a cada fiscalização específica.
O governo do estado poderia ser efetivo nas fiscalizações das feiras livres onde gatos, ratos, baratas e pombos dividem irmanamente o espaço com carnes e outros víveres.
Mas fundamental é que haja intolerância com as ilegalidades, os jeitinhos.
A existência da lei não garante por si só, não garante o cumprimento. Observem-se as vagas especiais nos estacionamentos, para idosos e deficientes, dentre outras. Raramente são ocupadas por quem de direito.
Vi parte do plano de tolerância zero, do prefeito de Nova York, cuja filosofia é mais ou menos contida no ditado “é de pequeno que se torce o pepino”. A parte boa do processo é que se baseia na simplicidade. O sujeito começa atirando o lixo na rua, ninguém o repreende e num crescente depreda uma lixeira, quebra um banco na praça, e assim vai.
Acaba por achar que pode roubar assaltar.
Também não acho que seja possível que toda a solução deva vir do poder público. Acho que a educação é a parte preponderante.
Mas a minha experiência me autoriza a afirmar que mais se educa pelo exemplo que pelas palavras.
E nada melhor experiência que a vivida.
Eu respeito às leis de trânsito porque quero me dar bem. Se todos cumprissem as leis, não haveria invasão de semáforos, impossibilidades de deslocamentos por paradas irregulares e etc.
Acho é essencial que quando se enxergar um agente público seja possível ver a autoridade inerente, institucional dada pela lei, e também ver a postura que se espera de uma autoridade.
Ver um policial ou agente de trânsito falando animadamente num celular, não parece um ato que ajude a impor ordem.
É claro que são seres humanos e portanto falhos, mas acreditar na autoridade é fundamental.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Alienados

     Acho que somos uns completos alienados.
     Lula recebe títulos honoríficos pelo mundo, deveríamos nos orgulhar certo, mas não nos cegar para a situação imperfeita do Brasil.
     Distribuímos renda? Temos o maior programa de inclusão no mundo? Programa de aceleração de crescimento, minha casa minha vida, UPP's, Brasil sem miséria, sem fome, universidades federais aos montes, discursos sobre igualdade, governabilidade, transposição do São Francisco, trem bala, ferrovias, usinas hidreelétricas e Deus nos acuda, o crescimento da importância do Brasil no mundo.
     O problema é que todos estes programas, com investimentos milionários, usando e abusando de recursos escassos, vem antecedidos por lançamentos midiáticos, mesmo sem os projetos.
     Portanto a intenção não é e nem nunca será resolver os problemas, cujos programas se destinem, mas atender aos objetivos básicos e imediatos dos ocupantes do poder, que identifico como a autopromoção e canalização dos recursos para interesses e enriquecimentos privados.
     A "casta" que governa e manda, está mais preocupada em manter privilégios, nem que para isso tenha que fazer alianças condenáveis em muitos aspectos, sobretudo na ética.
     Desanimo toda a vez que vejo o estado da saúde deste país, e ninguém sai à rua para exigir que o dinheiro seja bem empregado, que se coibam os desvios, enfim que se atenda os doentes.   
Há uma mobilização governamental para aumentar os impostos, com a desculpa de melhorar a saúde e nada para tapar os vazamentos que corroem os recursos, sem os deixar chegar onde são necessários.
     A educação definitivamente não objeta educar nossos cidadãos, os treina em ideologias e esquece ou não quer dar-lhes ferramentas que possam ser usadas no futuro. Nossos alunos chegam ao secundário sem entender textos simples, sem saber escrever nossa língua oficial, sem dominarem fundamentos matemáticos.
     Como poderemos esperar um futuro promissor de uma juventude que não foi educada e que no futuro será responsável pela condução do Brasil para a inserção no mercado mundial, na globalização e na evolução.
     Iremos continuar reclamando dos imperialistas, dos dominadores do mundo, do capitalismo e continuaremos deitados em berço esplêndido, mesmo sem entender esplêndido.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ESQUERDA E DIREITA

     Na minha juventude, nessa época lutava-se para o fim do regime militar, a esquerda era a salvação, a democracia, luta por direitos à liberdade de expressão, livre associação, exposição de ideias e principalmente, preocupação com a falta de oportunidades, que a nosso ver a direita não deixava sobrar para a população,  através da alienação servil.
     A esquerda, progressista inovava, comparava outros países, criticava o consumismo, morria de amores pelo socialismo e reivindicava do governo mais espaço e representatividade. Sindicatos, Associações de estudantes e movimentos sociais, estavam fortes e levantavam bandeiras que pareciam tão óbvias que só os reacionários conservadores da direita não davam importância.
     O crescente das manifestações derrubou a ditadura, instaurou nova constituinte, governos da oposição assumiram e numa transição relativamente tranquila, passamos a uma nova fase, dita genericamente como democrática.
     Digo genericamente, pois democracia não é absolutamente só votar e escolher quem desejamos como nosso governante.
     Democracia pressupõe que as diversas correntes de pensamentos, representadas nas vitórias dos eleitos ou não, possam ser ouvidas e conjuntamente encontrem soluções possíveis para os problemas e expectativas existentes.
     Antigamente tínhamos a ditadura, que não ouvia ninguém, decidia o que lhe convinha e impunha a sua vontade graças a sua maioria, composta por uma elite que dominava o poder em várias esferas e nas escalas da hierarquia.
     Pouco era o espaço possível para a oposição. Mas esperneávamos muito, gritávamos, íamos as ruas, produzíamos jornais, revistas, manifestos e nos reuníamos para decifrar o que estava embutido em cada decisão do poder.
     Hoje, com o passar do tempo, vejo que nem tudo estava tão mal assim.
     Continuo discordando da forma como era feito, no entanto algumas das decisões do poder da época até consigo defender sem rubores.
     Havia a necessidade de proporcionar desenvolvimento ao país, expandir estradas, a fronteira agrícola, ocupar territórios e tirar vantagem dos nossos recursos naturais.
     Bem ou mal atingimos em algumas áreas, como na agricultura, pecuária, energia e produção mineral,  lideranças mundiais.
     Enfim a democracia.
     O que poderia parecer o paraíso não é.
     Trocamos as siglas, nos sentimos menos mandados, mas somos tão excluídos como antes com a desvantagem de que não mais esperneamos, gritamos e nem mais saímos as ruas para manifestar algum desagrado.
     Os sindicatos não mais combatem a exploração, fundaram partidos políticos que chegaram ao poder e portanto não podem reclamar de si mesmos.
     As ONGs, incrivelmente, viraram sócias do governo e o servem pois grande parte delas utiliza os recursos públicos repassados para atividades não publicáveis e não previstas nos estatutos.
     As associações de estudantes, caso da UNE, recebe patrocínios milionários de verbas públicas, como é o caso da reunião recente de Goiânia, inclusive com a visita do ex-presidente Lula, claro ovacionado.
     Os programas sociais, todos sem excessão, amplamente divulgados, dizem uma coisa e fazem outra. Observe-se o caso do programa minha casa minha vida, que deveria proporcionar casas subsidiadas a quem de outra forma não a poderia adquirir. Na verdade atende ao interesse de empresas do ramo imobiliário, que com recursos fartos do governo enriquecem, constroem imóveis geralmente em locais longínquos, que demandarão investimentos em infra-estrutura, as vezes, à revelia dos gestores municipais, responsáveis pela regulamentação da ocupação do solo, que se veem compelidos a aprovar os empreendimentos de qualquer maneira para não pagar o ônus político.
     Sem falar nos custos altos dessas construções e na qualidade questionável, pois sobram denúncias na imprensa de problemas nas construções.
     A geração de empregos e a consequente geração de renda mascara as intenções ocultas, os votos no governo federal e os lucros das empresas imobiliárias, não por acaso as maiores doadoras das campanhas políticas.
     Perdemos a vergonha.
     Os sindicatos, associações estudantis e outras entidades, não mais clamam por justiça, interessadas que estão nos dividendos que estão colhendo.
     A imprensa, talvez seja a última trincheira, a última esperança.
     Mudamos as siglas, os métodos (aparentemente menos autoritários), mas com resultados tão nefastos quanto antes, porém com um agravante, ninguém esperneia.
     O que dizer das medidas provisórias, da utilização da máquina pública para impor suas verdades, abortar discussões, impondo unanimidade?
     O que sei, é que minhas definições de esquerda e direita não estão mais adequadas.
     Reacionária, vingativa e aproveitadora são qualidades que não mais podem ser atribuídas a um grupo político que antes atendia pelas ideologias da direita.
    

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

AUTORIDADES E ENTES PÚBLICOS

     Não sei se a minha leitura é seletiva ou se somente vejo as notícias que corroborem minha antevisão dos fatos.
     Parece haver uma má vontade dos órgãos e entidades públicas no cumprimento de suas funções constitucionais.
     Os escândalos de corrupção governamentais, os casos de fiscalização de desvios de verbas públicas, o não cumprimento de leis trabalhistas e ambientais, só ganham tratamento público, em sua maioria, após serem esmiuçados, comprovados e publicados na imprensa.
     Combate a corrupção e a algum ilícito outro é dever de nossas autoridades e entidades públicas.
     Raramente nossos entes públicos atuam de forma didática neste sentido.
     Tribunais de contas, a polícia nas apreensões de drogas e eventualmente desbaratando alguma quadrilha a polícia federal e a receita federal (sim esta não perdoa),são excessões honrosas, pois aparentemente além do marketing, estão ativas.
     Não é aceitável que um governo possa se submeter, em nome da governabilidade, a ocultação de sujeiras e desvios.
     Às autoridades públicas não é suficiente um comportamento correto, ele tem que ser inquestionável, inatacável.
     Se a uma autoridade na qual não se pode confiar é danoso para a nossa integridade moral, como país.
     Ficamos ofendidos quando algum gringo faz piada com nossa moral, com nossas mulheres, com o nosso desenvolvimento, mas será que estão errados?
     Ao se educar as crianças, o mais eficiente é o exemplo.
     As crianças aprendem a gostar da comida que comemos, dos hábitos que temos, reagem como nós.
     As sociedades também são assim.
     Se o poder constituído, se omitir ou até se portar de forma reprovável isso terá reflexos na sociedade que entende sabiamente que as coisas são assim.
     Porque ciclistas andam na contra mão de direção, não atravessamos nas faixas de pedestres, fazemos justiça com as próprias mãos, estacionamos em calçadas e em locais não adequados, proliferam as inúmeras invasões de terrenos, surgem favelas, aparecem flanelinhas, temos medo da polícia embora nada devamos, não execramos gestores públicos envoltos em corrupção, reconduzindo-os a novos cargos, onde repetirão seus atos.
     É claro que a maioria das autoridades é honesta e correta, seria impossível a convivência se assim não fosse, mas porque a sensação é que sempre estamos diante de uma maracutaia e que somos um país de malandros, onde todos estamos esperando a oportunidade de levar a nossa vantagem.
     Acho que a omissão, é tão ruim quanto os atos ilícitos.
     Se somente toma-se providências após as denúncias caírem na boca do povo, pela imprensa, no mínimo houve omissão das autoridades, quando não envolvimento, e com certeza perdeu-se a oportunidade de didaticamente, com a punição exemplar e ou com a simples divulgação dos fatos, coibir os novos casos.
     A demora na punição, a injustiça, a omissão, minam a confiança nessas entidades e a civilização e convivência da sociedade está firmada na certeza de que os valores legais valem para todos. Não é por ser próximo ao poder, próximo a autoridades que não necessito cumprir as leis.
     Se o nosso desejo é sermos uma nação civilizada e que possa nos dar orgulho necessitamos menos "carteiradas" e mais ação de nossas autoridades e entidades públicas.


    

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

EM CASO DE ASSALTO NÃO REAJA?

 



Os especialistas em segurança sugerem isso.

Esse lugar comum parece pouco produtivo, parece mais uma coisa de inconsciente coletivo, aceito como verdade absoluta e que ninguém mais questiona, inclusive os assaltantes que ao imaginarem uma reação simplesmente atiram e matam ou ferem e se apanhados pela polícia dizem que assim agiram pela reação da vítima.

Sequer contam com a surpresa instintiva da vítima, que pela abordagem geralmente violenta, perde a coordenação motora e deixa o carro morrer, começa a tremer, demora para reagir, não entende a ordem do criminoso.

Estamos numa época em que a culpa é sempre dos outros.

Ferir uma vítima é um ato criminoso e nada justifica que além da violência do assalto, o criminoso ainda use e abuse da sua superioridade para infligir um dano que poderá ser permanente e que ele não pagará.

Os bens materiais farão mais ou menos falta, mas poderão ser recuperados mas e os indiretos quando tiram a vida de um arrimo de família, do filho que cuidava dos pais, do líder comunitário.

Pelos bens o bandido poderá até pagar, se tiver o azar de ser preso, e posteriormente condenado e ainda cumprir pena, mas pelos danos indiretos ela nada paga e mais, onera cidadãos honestos que pagam seus impostos, contribuem com a sociedade ao ponto de ser mais caro aos cofres públicos que os estudantes.

Criminosos deveriam ser condenados a inclusive prover o seu sustento.

Precisamos de tanto em tantas áreas que parece irracional não haver quem levante essa bandeira.

As estradas públicas vivem abandonadas, as ruas e praças das cidades esburacadas e sujas, faltam moradias, saneamento básico e escolas vivem de favores. O que custaria fazer os presidiários arcarem com parte dos custos das suas acomodações?

Claro nem todos poderiam ter o direito de efetuarem algum “trabalho social”, os perigosos para a sociedade, traficantes, chefes de quadrilhas, continuariam confinados por motivos óbvios e poderiam ter atividades no confinamento.

Não consigo entender como é tão difícil fazer a coisa pública funcionar.

Não reagir ao assalto, parece uma atitude sensata, mas é sem dúvida acreditar que contra nossos instintos e a descarga de adrenalina, reajamos como profissionais treinados em sermos assaltados. Ainda vai demorar.

MALDITA INCLUSÃO SOCIAL


      Ultimamente temos festejado as diversas inclusões “sociais”, e as entendemos como evoluções positivas para a grande nação tupiniquim.
      Não posso deixar de notar que de fato consumimos mais, temos uma renda melhor e, portanto ascendemos socialmente no que se convencionou chamar classes sociais (A, B, C, D, E).
      O que antes era proibitivo para a maioria das pessoas, pelo alto custo, hoje tornou-se acessível ou pela renda maior ou pelas condições de financiamentos a perder de vista.
       No entanto, não evoluímos culturalmente ao ponto de sermos capazes de tirar todas as vantagens e possibilidades dos ganhos coletivos.
       Vejamos a telefonia móvel, praticamente um aparelho por cidadão, mas nossas tarifas são assustadoras, os consumidores ligam em qualquer lugar e falam qualquer coisa, nos obrigam a ouvir suas músicas, seus toques malucos sem falar que as operadoras nos tratam com descaso absoluto, onde é mais fácil trocar de operadora que resolver seus problemas com a atual.
       Acessar a internet, era melhor na época em que o acesso era discado, você contava com a demora.
       Hoje você tem que contar com a irregularidade e nunca, repito nunca, quando você não consegue acesso, é culpa dos que lhe fornecem os serviços.  
       Os mesmos equipamentos, os mesmos atos, restabelecem os acessos em outro momento, sem culpados, sem retratações, mesmo quando você reclamou e ouviu do telemarketing “o Senhor desculpe a demora, pois nosso sistema está lento” e você trate de ficar feliz.
       Nas ruas e estradas há muito mais carros, mas o comportamento não evoluiu, paramos e estacionamos em qualquer lugar, buzinamos para qualquer coisa, as regras de trânsito são para os outros, os pedestres atravessam a rua em qualquer lugar, sem ao menos olhar, nossas cidades vivem atulhadas de guardadores.
       Os aeroportos deixaram de ser um local civilizado, parecem um feirão, com direito a resíduos e animais, não consegue sentar, não consegue cumprir horários.
       Mas o pior são os atendentes.
       Raramente se consegue um serviço que preste, uma informação adequada.
       Maldita inclusão, dá recursos a quem não tem méritos, dá instrumentos a quem não aprendeu usá-los, empregos a despreparados e insere quem não necessitava, isto é, dá água a quem não tem sede.
       Necessitamos com urgência de crescimento cultural, de cidadania, onde as pessoas se reconheçam detentores de direitos, mas também de deveres e que todos aprendamos quer os direitos individuais, são limitados aos outros direitos individuais e os direitos coletivos devem ter preferência.
      

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

BRASIL PARA TODOS

     Recentemente (25/072011) a presidente(a) deste país esteve em Arapiraca AL e lançou mais um programa nacional, dos que prometem mundos e fundos, disse ela no seu discurso, vai erradicar a miséria e parte do plano é vai investir na construção de um milhão de cisternas.
     Não vejo nada mudar nesta história.
     Todos os governos anteriores despejaram rios de dinheiro para a erradicação dos problemas da seca, ninguém conseguiu e nem se conseguirá enquanto não se investir pesadamente em educação e na saúde destas pessoas.
     Entendo como investimento em educação a escolarização das pessoas com qualidade, com ensino sério, sem engodo. A educação que defendo, pressupõe capacitação das pessoas na compreensão do mundo, que resulte na capacidade destes cidadãos poder se expressar na língua nativa(e compreender o que as pessoas escrevem e falam), que sejam capazes de inovar e de se auto desenvolver e no futuro não tenham necessidade de serem tutelados pelo estado ou quem quer que seja, pois não parece certo apenas um terço das pessoas entender o que leem.
     Quando alguém fala em educação, neste país, primeiro reclama do salário dos professores, depois reclama da merenda e instalações escolares.
     Sempre que há manifestações de professores, significa bandeiras de partidos que se dizem socialistas tremulando, intermináveis dias sem aulas (não raro ameaçando o ano letivo) e pedidos de revisão salarial.
     O que constato pode até não ser verdade, mas é o que se mostra.
     Não reconheço nos movimentos, ideias recicladas, renovadas e mais aparentemente o governo não se interessa pela educação do seu povo e os professores também não.
     Para o governo a educação se resume na reforma de escolas (quase sempre em tempo letivo, prejudicando as aulas), no envio de material didático, nem sempre de grande qualidade e em tempo, alguns estados e municípios fornecem uniformes e só.  Todos os anos ao se iniciar o ano letivo, também começam os mesmos problemas, não necessariamente nesta ordem mas falta de material didático, escolas sem carteiras ou com estruturas a serem reformadas, falta de professores e com diversas improvisações.
     Mais um engodo está na eleição dos diretores escolares.
     Entendo que até pode ser o mais apto, o eleito, no entanto o sucesso da eleição está justamente na popularidade dos candidatos e não na aptidão. Portanto acabe-se com as nomeações políticas e eleições dos diretores e contrate-se por concursos, com avaliações rigorosas e com cobrança de resultados previamente definidos e acordados entre os gestores da educação e os diretores.  Talvez o(a) diretor(a) não necessariamente tenha que ser professor(a), basta que queira dar o melhor de si e que atenda as habilidades necessárias para dirigir uma unidade escolar,  de acordo com os objetivos definidos para que a educação forme cidadãos aptos serem inclusos numa sociedade que lhe dá direitos e lhe cobra deveres.
     A saúde está paralela à educação.
     Milhões de brasileiros são infectadas pelo de mal de chagas,  verminoses, malária, diarreias, dengue, não tem esgotamento sanitário básico, não acessa a água tratada e milhares sequer são registrados.
     Para estas pessoas sem saúde, a educação é mais nefasta ainda, pois se ela existisse provavelmente faria aos cidadãos de segunda classe, buscarem mecanismos que possibilitariam sua visibilidade, fariam associações, cobrariam dos governantes e encontrariam soluções utilizando-se do conhecimento e dos recursos disponíveis.
     Então quando o governo diz água para todos, não quer resolver o problema, mas quer votos para a próxima eleição, dizendo que é bonzinho e se preocupa com os habitantes do território, quando na verdade está sendo bonzinho e distribuindo benesses com os recursos alheios, objetivando apenas e tão somente levar vantagem político eleitoreira.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O BRASIL SEM MISÉRIA

     É notável a capacidade que o nosso governo tem de produzir notícias alvissareiras sem necessariamente produzir ações equivalentes.
     O governo diz que quer um país sem miséria, e para isso lança planos nacionais, priorizando os "mais necessitados", mas não toma medidas para impedir que continuem necessitados.
     Uma parte do projeto de um país sem miséria propõe a criação e instalação de um milhão de cisternas que acumularão as águas das chuvas para o uso nas épocas de seca. Excelente para propaganda  mas péssimo como solução para o nordeste.
     A falta de água é um problema tremendo e é claro, as cisternas amenizam a necessidade e a dependência de deslocamento para consegui-la.
     Parte da falta de água, histórica em nosso sertão, se deve sobretudo a maneira errada da exploração da terra, com cultivos errados a supressão de vegetação nativa e a inserção de cultivos não "naturais" e portanto não adaptados à região.
     A supressão da vegetação nativa, quer para cultivo ou para formar pastagens, potencializa os efeitos climáticos do excesso de sol no verão seco e impede a retenção de água e aumenta a erosão do solo no inverno chuvoso.
     Não vejo campanhas públicas para evitar as queimadas, vício nativo tão arraigado que poucas agricultores aram a terra, quer com tratores ou arados movidos por animais. Simplesmente queimam.
     Quem faz campanha anti queimadas é a empresa de energia elétrica e as empresas que plantam eucaliptos para celulose. Nada de organismos públicos.
     Portanto muito mais se faria para o nordeste e para a renda dos pequenos agricultores se a instalação de cisternas viesse implementada de trabalho sério modificando a raiz do problema. A maneira errada de exploração.
     Para ilustrar, as regiões agrícolas mais prósperas e em crescimento da Bahia, são ocupadas por agricultores gaúchos, paranaenses e paulistas (basicamente no sudoeste e oeste do estado) que mesmo sem incentivos oficiais, trouxeram novas técnicas. Não encontraram mão-de-obra e nem infraestrutura. Foram pioneiros.

terça-feira, 26 de julho de 2011

OS RUMOS DO NOSSO PAÍS

     Esta semana(25/07/2011) a presidente Dilma, esteve no nordeste (Arapiraca) acompanhada do presidente de honra do Brasil o Sr Lula, aquele de nunca antes na história deste país, lançando um programa federal para a agricultura familiar.
     Aproveitou para se elogiar tecer loas a agricultura familiar deste país, seja lá o que ela significa, francamente acho que eles não sabem do que estão falando, o Sr Lula, tentou enumerar as inúmeras realizações do seu governo (não citou as corrupções).
     Se o discurso de que 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros são produzidos pela agricultura familiar for verdade, porque a renda da agricultura não corresponde à produção?
     É claro, sou filho de agricultores, sei como é difícil manter e ter renda em propriedades de pequeno porte. Ainda mais, quando a concorrência produz usando tratores e ceifadeiras.
     O fato é que o governo não entende ou não têm interesse em entender que o pequeno produtor não tem escala para conseguir bons preços e a logística é muito cara para ser suportada por ele só. sem falar que ele não conta com assistência técnica, veterinários e acessos a técnicas agrícolas que melhorariam sua rentabilidade.
     O governo faria mais pela agricultura familiar se incentivasse a criação de cooperativas, se fornecesse acesso a sementes selecionadas e adaptadas à sua região, se fornecesse técnicos agropecuários que pudessem ensinar a cultivar a terra e dela extrair o máximo sem agredir a natureza e a si próprios, disponibilizasse veterinários que pudessem melhorar os planteis de reses criadas nas pequenas propriedades, sem grandes discursos e eventos aproveitando as estruturas já existentes, por ora subutilizadas ou usadas para cabide de empregos.
     Embora a Bahia tenha um grande território, com possibilidades agrícolas, todos os progressos foram efetuados por emigrantes que vieram de outros estados e até países para produzir frutas, cereais, algodão, leite, entre outros.
     Só para exemplificar, a produção de farinha de mandioca é feita de forma artesanal, pouco diferente do que era no império e se perde grande parte do esforço produtivo pela ineficiência no plantio errado, no preparo artesanal, na ineficiência da comercialização, pelos acidentes que dilaceram membros dos produtores.

     Em nenhum momento ouvi alguém dos que defendem a agricultura familiar, fornecer alternativas que viabilizem as pequenas propriedades, cujo fundamental não é especializar-se mas prudizir de forma sustentável em propriedades integralizadas, produzindo comodites de maior valor agregados em diversos itens como leite, carne, grãos, legumes e verduras, frutas, mel  e etc... usando os dejetos como fertilizantes, melhorando a eficiência do regime de águas.
     Como parece que não sabem do que estão falando, ou tem outros interesses,  simplesmente definem como prioridade da política pomposa emprestar algum dinheiro para financiar um produção que não se sustenta e colher os frutos imediatos das benesses.
     Às favas os escrúpulos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

PERDAS DE TEMPO

     Eu tenho muitas curiosidades.
     Interessa-me muito a política.
     Entendo que a política pode e deve mudar nossas vidas, para o bem e para o mal. Não quero dizer que nossos problemas individuais possam ser resolvidos pelos nossos políticos, mas tenho absoluta certeza que se não vier daí bons exemplos e os direcionamentos, não existem iniciativas pessoais bem sucedidas em grande número, que em tese, são fundamentais para que o país dê certo, com empregos, progresso, desenvolvimento e inclusão na vanguarda tecnológica, científica e de bem estar social.
     Não cabe ao governo, a meu ver, prover todas as necessidades dos seus cidadãos. Cabe sim, regular, fiscalizar, usar o seu poder constitucional de impedir os excessos dos indivíduos na busca dos seus sucessos.
     Tenho visto discussões ocupando a mídia, que embora atinjam uma parte da sociedade, não são e nunca serão os assuntos mais importantes.
     Cito dois casos, o direito dos homossexuais e o ensino religioso nas escolas. Embora sejam assuntos diversos, os juntei para mostrar como tomam tanto tempo e energia, que parece não termos problemas na saúde, segurança, infraextrutura, educação, estes sim base para todos os outros assuntos.
      A imprensa, eventualmente, levanta problemas, mas não aperta como deveria os botões certos, então fica parecendo fofoca e no próximo noticiário, outros problemas.
      O ensino religioso por exemplo está se tornando parte da grade curricular em escolas públicas em diversos estados, não sou contra, mas acho temerário não definir exatamente o que se vai ensinar.
      Eu sou cristão, mas entendo que vários caminhos nos levam a crescer espiritualmente e a escolha da religião deve ser de foro íntimo, pois afeta as relações familiares e sociais dos indivíduos.
      Diferentemente das matérias básicas, comuns a todos os seres humanos, a religião não é capaz de preparar o indivíduo para as necessidades de conhecimento que se exige dos nossos futuros profissionais.  Claro, pode ajudar na formação moral, mas mal ensinada pode gerar intolerâncias e radicalismos.
      De qualquer maneira, acho que enquanto não se discute o prato principal, discutimos a sobremesa e gastamos mais tempo com isso que o desejável.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Eta povinho!

      Quando tudo parece que vai dar certo, lá vem uma ideia mirabolante e pronto, tudo desanda.
      É o que parece das medidas que o governo toma para dar tempo de construir o país para a copa do mundo em 2014.
      Como é possível acreditar que teremos obras decentes, bem feitas e que beneficiarão aos brasileiros quando começamos mal, com custos já inflados antes mesmo das obras aparecerem, algumas sequer tem projetos detalhados.
      Eu queria saber porque temos que sediar a copa do mundo, atender as exigência da FIFA, uma entidade privada e se dá o direito de dar pitos aos nossos governantes e ela em troca somente empresta o nome e fiscaliza.
      Todo o resto é por nossa conta.
      Considerando que a imprensa noticia que estão em curso medidas governamentais que visam afrouxar os já permissivos controles existentes com os gastos públicos e que se tratam de obras de grande monta, com prazos exíguos e grande repercussão social é de se imaginar o resultado.
      Estou começando a achar que melhor seria para o Brasil, assumir publicamente que não tem competência e dinheiro público suficiente para eniquecer um grupo seleto de ungidos em detrimento do restante da população brasileira.
      Porque os estados devem assumir e contruir a maioria dos estádios? Um estádio público é uma obra cara que não se paga e serve a interesses da política partidária. Lembro do caso do estádio Otávio Managabeira, vulgo "Fonte Nova", que sem manutenção, parte da arquibancada desabou e matou e feriu torcedores.
      O referido estádio servia para um ou dois jogos mensais, um ou outro show de Axé e reuniões semestrais de uma Igreja Evangélica, havia uma escola pública com umas 6 salas de aula, alguns policiais e alguns carros da polícia sem pneus, um ginásio abandonado e uma piscina olímpica sem atletas e um estacionamento onde ensinei um filho e um enteado a dirigir.
      Duvido que as despesas de manutenção de uma área nobre, uns digamos 20.000 m², não significasse mais desembolso de dinheiro público.
      No lugar da Fonte Nova, nascerá outro grande estádio, agora segundo as normas da FIFA e ao custo inicial de R$ 600 milhões, público de novo.
      Um cálculo simples, esse dinheiro aplicado na poupança renderia R$ 3 milhões mensais, um valor provavelmente  maior que a maioria das secretarias do estado e além da perda financeira, deixamos de ter investimentos em esgotos, educação e segurança, estas constitucionalmente obrigações do estado.
      Então fica assim,  pão e circo, como no império romano.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Bolsas plásticas

     Não tenho dados que quantifiquem, mas não me convence a ideia de substituir as sacolas plásticas descartáveis, por sacos de papel e ou embalagens reutilizáveis.
     Em teoria parece um bom negócio, já que o papel, mesmo que jogado no lixo, seria consumido rapidamente.
     No entanto para produzí-lo, teríamos que destruir mais árvores, sem falar que muitos resíduos, e mercadorias,  dificilmente podem ser embalados em papel da mesma maneira que com plásticos.
     O papel somente permite a embalagem de secos e a resistência é enormemente inferior às embalagens plásticas.
     A reutilização das embalagens plásticas para acomodar lixo, também não é levada em conta.          Então teríamos que comprar embalagens para acomodar nosso lixo.
     Aparentemente o problema das sacolas plásticas está nos custos que os supermercados tem com elas e não o destino delas, então um problema administrativo, de gestão.
     A reciclagem poderia ser estimulada e instalada nos aterros sanitários, de modo que todas as embalagens utilizadas para acondicionar os resíduos possam ser reaproveitadas. Não seria mais eficiente?
     A instalação de reciclagem criaria mais empregos, reaproveitaria mais materiais, fomentaria um cultura capaz de ganhar dinheiro onde antes só reinava o desperdício.
     Acho que estamos sendo alvos de uma eficiente campanha da mídia, cujo interesse prioritário ainda não conseguimos identificar.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Financiamento da Cultura

    Não sou um especialista, tampouco um estudioso a respeito, no entanto tenho a sensação que nossos filmes e peças de teatro, alguns sites na Internet e inclusive shows e festas populares não existiriam se os impostos não fossem desviados.
      Falo desviados sem julgamento de ilegalidade.
     Os cinema brasileiro vive reclamando que falta incentivo oficial para ganhar impulso, musculatura. Fala-se aos quatro ventos que faltam salas de cinema, distribuidoras e  que o público prefere assistir obras estrangeiras.
      Eu acho óbvio ululante. Comprar o consumidor compra, desde que tenha qualidade e ofereça o que o público quer. Aquela música, "todo o artista tem de ir aonde o povo está", não diz uma verdade?
     Se o filme tiver uma boa história, retratar a realidade  que  estamos  acostumados a  ver, reproduzir realidades e mazelas sem aquela linguagem que só os artistas entendem, o povo vai assistir.
    Acho que a arte é um produto como qualquer outro, e portanto tem riscos perdas e ganhos.       
      Porque não podem haver perdas?
     Acho que o dinheiro público, poderia ser usado para documentários, obras, livros dentre outros, que apenas e somente atendessem aos interesses coletivos. Obras comerciais que se paguem como todas as atividades econômicas.
      As boas intenções podem ser usadas para processos impublicáveis e desvios e neste caso com apoio  chancela oficial.
      Abre-se agora  no  interior  do  nordeste  os  festejos  juninos. Tempos fartos  para  artistas e prefeituras.
      Há uma caso notório, de uma prefeitura municipal de um município, cuja renda per capita ´e a maior do Brasil, próximo a Salvador, com uma refinaria de petróleo. A dita prefeitura vai gastar 3,5 milhões entre a decoração e a contratação dos artistas, para os festejos de cerca de uma  semana.  
      Não é aceitável, parece que não pode estar certo. 
      Por todo o país, falta educação, saúde, segurança, infraestrutura, saneamento básico.
      Porque não existem tantos projetos para renúncias fiscais que atendam estas necessidades?
      Somos um país injusto.
      Aqui só espertinhos  tem  o  direito  de  serem  bem  sucedidos, os  que trabalham sério e  que pensam com pudores, terão menos oportunidades e pagarão o preço.

Nossa Polícia

      Recentemente nossa Secretaria de Segurança Pública, lançou um programa midiático de combate aos crimes e criminosos do estado da Bahia, imprimindo um baralho do tipo francês, com 52 cartas, ordenadas segundo o seu critério de importância na hierarquia do crime.
       Feito o lançamento, cobertura da imprensa, fotos, entrevistas, elogios por todo o lado, prisão de um traficante escondido em São Paulo, que disse que não aguentava mais pagar mais de 500 mil reais em propinas mensais a policiais que permitiam que ele traficasse. A ampla cobertura da imprensa revelou a vida pregressa de tal sujeito com fotos da vida privada, momentos de lazer, relacionamentos e outras particularidades.
      Tudo certo, agora vai.
      Ledo engano.
      Dos 52 mais procurados, 10 já estavam presos a cerca de um ano.
      O mais incrível, quem descobriu o fato foi a imprensa e não a polícia.
      É um fato estranho, imaginar que a polícia civil não saiba quem são seu presos, não saiba quem perseguir.
      Não há caminho certo para quem não sabe onde chegar.
      Não houve demissões, entrevistas e explicações da polícia civil, nem do governo do estado.
    A justiça informou que como de costume, emitiu as comunicações de cumprimentos dos mandatos das prisões.
      Então fica assim: eles fingem que fazem e nos fingimos que acreditamos.

sábado, 11 de junho de 2011

Defensores dos frascos, comprimidos e drágeas.

     Causa espanto uma entrevista de um deputado federal do PSOL, eleito na esteira dos votos, no quociente eleitoral pelo Rio de Janeiro.
     Em entrevista, disse que não é favorável a uma consulta popular sobre casamento de gays e outros e  pois o povo brasileiro é ignorante. Citou ainda o plebiscito do desarmamento, reprovado,  como exemplo dessa ignorância. Reclamou que alguns jornalistas interpretaram ignorante como sinônimo de burro e citou a sua formação superior como prova de conhecimento.
     Isso é que é a democracia dele, que se diz socialista, defensor dos frascos, comprimidos e drágeas. Quem concorda com ele é um democrata, quem discorda é um reacionário, desinformado ou de má fé.
     Francamente, se democracia é o poder do povo, dizer que o povo não sabe o que quer e prefere como forma de vida ou como valores é insensato.
     Alguém que precise lembrar aos outros a  condição que tem, não a tem. Simples.  Conhecimento e sabedoria não são sinônimos de títulos universitários, embora geralmente andem juntos. O uso adequado das palavras é que não deveria andar separado, dos títulos universitários, mais ainda para os jornalistas. Consulte o dicionário senhor deputado.   

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Os Professores

      Modestamente penso que estamos errados na educação.
      Estamos num circulo do qual não sairemos se não houver uma ruptura dos padrões.
      Os professores reclamam dos salários, fazem greves, afirmam que trabalham demais em vários empregos, diz que repõe as aulas durante as férias e fica por isso.
      As secretarias de educação e ou o ministério, usam a educação com um discurso político, as vezes até com viés ideológico onde a forma é mais importante que o conteúdo.
      Os pais não participam da escola e terceirizam a responsabilidade, como se educação também não fosse parte sua.
      A sociedade diz como um todo que a escola pública vai mal, como se os professores e as disciplinas não fossem os mesmos.
      Damos mais importância ao diploma que propriamente ao aprendizado.
      Tentamos, cada um a sua maneira resolver a falta de planos e metas públicas, tentando encher nossos filhos de cursos extras, matriculando-os em escolas a custos exorbitantes, numa  tentativa de como náufragos que somos nos agarrar a alguma coisa que flutue.
      Os cargos diretivos na área de educação, como de sorte os demais da administração pública, são ocupados por indicados da política partidária, onde a competência não é prioridade mas é a defesa dos interesses do grupo partidário ocupante do poder.
      Causa espanto que as maiores reclamações envolvam aspectos cosméticos, importantes mas acessórios.
      Falta de merenda, instalações inadequadas, falta ônibus, prédios novos.
      Tudo isso é muito importante e certamente interferem na educação, contudo não acho determinantes.
      Determinante é ter aula, professores estimulados, conteúdo apreendido, livros escolares e objetivos a serem atingidos.
      Existem reclamações de professores, dizendo que as comunidades não partipam, que se cobra de um profissional mal remunerado que seja herói.
      Existem mais atores nesta cena. No entanto, ninguém mais tem a capacidade e a possibilidade de juntar forças como eles.
      Violência nas escolas, alunos agredindo professores e colegas, drogas, indisciplina, bulling e etc...
quem se não os professores podem mudar as coisas.
      Acho que respeito pode ser imposto ou pode ser obtido por mérito. A segunda opção é a única que funciona na escola, com crianças naturalmente acostumadas a testar limites, as descobertas.
      As escolas, diferente das religiões, não podem vender esperanças. Tem de vender caminhos, possibilidades e alternativas e sobretudo ser a base sólida sobre a qual construiremos o futuro.
      Também temos que acabar com a impressão que temos que o curso superior resolve todas as nossas deficiências tecnológicas, nosso desenvolvimento. Muitos profissionais, não precisam mais que o ensino médio para exercer suas atividades perfeitamente.
      Acho inclusive que as universidades estão preocupadas em dar nomes pomposos a seus cursos, com ênfase nisso ou naquilo e menos interessadas em ter seus cursos atendendo as necessidades da sociedade.
      Médicos cometem cada vez mais erros bizarros, bacharéis em direito não são aprovados nos exames da OAB e por aí vai. Citei estes cursos somente para ilustração.
      Concluo que se não houver despolitização partidária e ideológica, que se os planos e metas não forem supra partidários e que suplantem as trocas de governos, não teremos solução.  Teremos que produzir muita soja e muitos bois para podermos comprar a tecnologia do exterior e veremos nossas favelas inflando e necessitando de mais bolsas, auxílios (esmolas?), pois não seremos capazes de prover o nosso sustento.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ecochatos e Ecoperdidos

     Quem quer salvar a terra, aliás para que salvar a terra.
    Ela nunca precisou e nem vai precisar disto. Ao contrário, a única forma de a terra existir e que de vez em quando haja uma grande extinção. É possibilidade de aparecerem e se desenvolverem novas espécies. Sem os humanos a terra continuaria a existir, a ter frios e calores, Invernos mais ou menos rigorosos, secas, inundações, vendavais, furacões, terremotos, vulcões e outras intempéries, mesmo sem os homens.
     A grande verdade é que a maioria dos que se dizem ecologicamente corretos, não dizem ou não sabem que deveríamos mesmo e defender os seres humanos.
    A diversidade ecológica, a preservação da natureza, só tem sentido se for para o benefício humano, melhorando suas condições de vida. Não faz sentido a preservação pura e simples. Como não faz sentido estudar algum assunto se não puder sem usá-lo no meu dia a dia
     O planeta terra continuará a existir, até o dia em que o sol continuar fornecendo sua energia e até lá poderá abrigar vida, talvez não a nossa.
     Os diversos estudos apontam para várias extinções anteriores, que apenas tiveram um efeito. Alterar a espécie dominante, a última inclusive, permitiu o aparecimento do ser humano.
   Então, a preservação da natureza deve focar na necessidade de melhorar e adequar as condições de vida e necessidades dos seres humanos.
     Os modelos de exploração são os mesmos, sobretudo os de desmatamento. O que difere hoje é a escala, fazemos os trabalhos e nos locomovemos com equipamentos e máquinas modernas e ágeis. Aceleramos a velocidade e somos muitos.
    Nas intenções somos idênticos as tribos indígenas da época do descobrimento, desmatamos, esgotamos os recursos e nos mudamos para uma nova área.
     As ações de preservação só serão bem sucedidas se também o forem financeiramente viáveis.
   Todos os anos milhares de pequenos agricultores brasileiros fazem queimadas objetivando a limpeza das terras para o plantio e ou renovação de pastagens. Poucas vezes se vê alguém apontando alternativas, viabilizando técnicas inovadoras que permitissem menor dano e fosse viável economicamente. Portanto continuamos queimando para limpar e ou renovar porque afinal é imprescindível comer para viver.
     Não aparecem muitas ações, quer sejam governamentais, privadas ou de ONGs propondo e implementando alternativas aos métodos em uso. Vê-se e muito, pirotecnias em leis que punem pessoas que não tem outras alternativas ou será que achamos que um carvoeiro que extrai mata nativa para fazer carvão o faz por gostar da atividade.
     Poucas são as ações que visam agregar a reciclagem os incrementos necessários em toda a atividade econômica. Lucratividade.
      A lucratividade é conseguida por eficiência, escala, retorno do investimento.
    Desmatamento em áreas agricultáveis, necessárias aos suprimentos dos humanos é uma necessidade, preserve-se onde é inviável a exploração econômica da agricultura e pecuária, só.
     Antes que se conclua que estou contra a preservação, esclareço: sou contra a preservação pura e simples, ela só se justifica quando e somente para melhorar as condições de vida dos seres humanos, acho que a solução é melhorarmos as técnicas e processos todos, que vão desde reciclagem até as técnicas agrícolas que possibilitem maior produtividade com menor área.
     A preservação pura e simples vai simplesmente inviabilizar a vida humana em muitas regiões, vai inflar as cidades e aumentar nossos problemas.
     A moda atual e se dizer isentos da emissão de carbono, plantam ou mandam plantar árvores.   
     São os novos tempos, os culpados são sempre os outros.



terça-feira, 31 de maio de 2011

UM POUCO DE HISTÓRIA

   Salvador é uma cidade histórica, a primeira capital do Brasil, a que ficou mais tempo nesta condição em nossa história e por muito tempo a mais importante. Bem as coisas mudam.
   Os casarões históricos, suas ladeiras, suas igrejas, praças do centro histórico são um patrimônio que vem sendo tratado sucessivamente de forma errada.
   Aliás o tempo não perdoa, quando o assunto e reciclar. Tudo nasce, cresce e morre. Não se trata de discutir do bom gosto ou se são bonitas, adequadas ou outros conceitos modernos.
   O que deveríamos é valorizar a nossa história, nossos antepassados que bem ou mal, permitiram a nossa existência.
   Só valorizamos o carnaval, onde aparentemente os recursos de muitos, vão para uns poucos e um pouquinho os festejos Juninos.
   IPAC, IPHAN, Prefeitura Municipal, Governo do Estado, Governo Federal, Câmara de Vereadores de Salvador, Assembleia Legislativa, ONGs e outras entidades que se dizem defensoras das tradições culturais soteropolitanas, não se entendem ou fazem ouvidos e mercador e o resultado é que a cada ano, prédios históricos desabam pois sem manutenção sofrem infiltrações, infestações de insetos, roedores, ocupações irregulares e as plantinhas que insistem em crescer em suas paredes. É a tal reciclagem do tempo.
   A preservação desta história, garantiria o reconhecimento e orgulho às novas gerações e o interesse histórico, motivaria incremento na geração de renda e empregos com a vinda de turistas, algo tão natural e simples em cidades históricas como Salvador que não é compreensível não ver o óbvio.
   Tudo isso estamos perdendo para o tempo.
   O emaranhado de interesses amarra qualquer tentativa, mesmo que privada, para a recuperação destes imóveis. Os únicos imóveis que possuem manutenções regulares, são as igrejas.
   Evidentemente ninguém pode ser contra o cumprimento das leis, de regras que afinal permitem que convivamos civilizadamente. O que essas leis não podem é emperrar e dificultar a ponto de tornar inviáveis os investimentos privados, que afinal só se materializam se obtiverem alguma vantagem, afinal quem simplesmente e conscientemente investe recursos onde não obtém retorno?
   O fato é que legalmente ou não, a manutenção não aparece e a única ação rápida do poder público é a eventual retirada dos corpos soterrados e parte dos entulhos que obstruírem as ruas do entorno.
   Em alguns imóveis, nota-se que houve intervenções paliativas com escoramento de paredes e sacadas, com hastes de metal e o fechamento das aberturas com tijolos e argamassa. As hastes de metal parecem feitas sob encomenda e em grande quantidade, pois são todas iguais. Fica a impressão que tem de ser usadas pois estão sem uso. 
   Este trabalho que deveria ser paliativo, torna-se permanente e é refeito de tempos em tempos. Cito caso do prédio do Corpo de Bombeiros da Baixa dos Sapateiros (Rua J. J. Seabra),
C de Bombeiros B dos Sapateiros 1978
onde tradicionalmente iniciava-se o cortejo para os festejos de Santa Bárbara e está a quase uma década com as hastes paliativas, sem a reforma necessária, sem a saída do cortejo popular e ainda acomodando o destacamento do Corpo de Bombeiros.
   Esse tratamento da nossa história deveria ser ato criminoso. Um povo sem história é um povo sem memória, sem valores e sem orgulho de ser o que é.
P.S. mais fotos:

terça-feira, 24 de maio de 2011

PELES ANIMAIS


          O uso de peles, quer seja para vestimenta, abrigo ou até mesmo para enfeites, não é recente é parte da história da humanidade.
         Beira a insensatez o que alguns ativistas de movimentos para a preservação, que eu compreendo pouco fazem.
         Os movimentos deveriam ser mais sábios e defender que os animais sejam criados e abatidos de forma mais “humanizada” e menos traumáticos.
          Mas não, são simplesmente contra como se não usassem produtos de couro, como sapatos, cintos, carteiras, assentos de carros e comem gelatina, sorvetes, geléias, sorvetes, gomas, embutidos, tomam remédios, usam instrumentos e aparelhos que sem peles e/ou couro seriam inviáveis economicamente ou não teriam as mesmas propriedades.
         Acho impossível dissociar a humanidade e o uso de peles.
         Muitos ativistas até propõe que simplesmente abdiquemos do consumo da carne de outros animais, pois, são submetidos a tratamentos estressantes e tratados de maneiras degradantes e pouco defensáveis.
        Esquecem que para a maioria dos seres humanos, o consumo e carne pode significar a diferença entre uma via saudável e subnutrição.
           Não são defensáveis tratamentos que imponham sofrimento e imponham condições de vida penosas, para a nossa satisfação.
         Não podemos esquecer que alguns animais não sobreviveriam sem os nossos cuidados e alguns até poderiam estar extintos na natureza, ou será que a vida nos zoológicos, quase sempre maior que na natureza, é natural.
         Alguns animais e suas peles servem para cuidar e criar outros animais sendo utilizados para rações, diversão e ou trabalhos, graças a suas habilidades “naturais”.
     Seria mais produtivo, se antenados com os novos tempos do “politicamente correto” exigíssemos que os animais sejam tratados dignamente, que recebam abrigo de modo que a relação seja boa para todos.
         A proibição pura e simples, os gritos histéricos, só fazem valorizar os mercados informais e aí sim, sem controle.

IMPOSTOS E TRIBUTOS




         A confusão está exatamente na semântica e na interpretação da palavra tributo.
        Tributo para quem paga é um imposto, uma descapitalização, uma doação compulsória.  Para o governo que os recebe, tributo é um agradecimento por serviços a serem executados ou pela própria existência dele, tão magnânimo, superior e não raro auto ungido como intocável, inquestionável e infalível.
         Os governantes se dizem democráticos, ouvem o povo, fingem interesse.
       Não raro e é sempre com boas intenções, reescrevem a história e se os fatos não forem totalmente favoráveis, mudem-se os fatos, as favas os pudores, isso é coisa para os reacionários.
         Apesar de legislações e instituições sérias, o respeito no tratamento das finanças públicas não é a prioridade. Não sendo prioritário usa-se o bem público, não em melhorias e atividades que beneficiem a maioria, mas em obras e atividades que permitam maior visibilidade e que portanto permitam a recondução dos mesmos grupos ao poder, perpetuando-se os auto ungidos.
       Tributo para quem paga é imposto (sempre maior do que deveria ser), mas para quem recebe é a gratidão (sempre menor do que deveria ser).

segunda-feira, 23 de maio de 2011

PORTUGUÊS

 
    A língua escrita é um código e portanto tem regras que se não cumpridas, podem não traduzir o pensamento e ou a ideia de que se quer dizer.    
   Não significa, no entanto, que ela seja estática, que não possa ser alterada e o é, primeiro pelo uso popular e só após nas academias. 
   Tenho uma imagem para ilustrar.
   Devemos usar a roupa adequada para os mais diferentes eventos diários.
   Não vou a um evento religioso de sunga, assim como não vou fazer compras num supermercado de pijama, é inadequado.
   Assim também é com a linguagem no uso do dia a dia.
   Eu espero de um médico, de um juiz, de um gerente do meu banco, uma linguagem adequada.
   O mais grave é imaginar que o que eu não conheço, não existe para mim. 
   O uso popular da língua pode ser adequado num ambiente e não no outro.
   O mais importante é que se a educação não for inclusiva ela perde o sentido.
  Encaro a educação como forma de alguém ter conhecimento suficiente para se adaptar às necessidades sendo capaz inclusive de buscar complementos sem ter que necessariamente ser tutelado.  Só se pode ser livre com informação.
   Evidentemente, não é aceitável que haja discriminação ou seja alguém maltratado em decorrência de diferenças, quaisquer que sejam.
   Essas diferenças no entanto, nos aproximam ou nos afastam, nos agrupam, criam identidades e permitem inclusive que criemos pontes para propiciar trocas mutuamente benéficas.
  Acho que a diversidade, livremente aceita e tolerável, deve ser incentivada, pois é motor da evolução criativa, sempre necessária.
   Neste aspecto, a todos, deve ser dada a liberdade de expressão, limitada apenas pelo limite lógico no qual o meu direito termina onde começa o seu.
   Enfim só usufruirei dos benefícios da evolução humana se eu estiver preparado para isso.
   E repetindo.  Só se pode ser livre com informação.

sábado, 21 de maio de 2011

CORRUPÇÃO

     Acho que o mal deste país se chama corrupção.
   Mas ao contrário do lugar comum, acusar autoridades, assumo minha parcela e faço mea culpa.
   É só andar pelas ruas de nossas cidades, conversar com pessoas, observar comportamentos e soluções e lá está a corrupção, não a grande, a que dá notícia, das autoridades, de pessoas de destaque.                  
   Ela está no dia a dia, nos "gatos" de energia elétrica, nos camelôs que ocupam calçadas e concorrem com os lojistas, nas passagens de ônibus para estudantes usadas por familiares ou por pessoas que querem pagar menos, falsificando matrículas escolares, em benefícios do INSS obtidos com documentos e argumentos falsificados, nas seguranças que temos que pagar para organizações informais, (aliás porque os policiais não trabalham diariamente, como todos), nas embalagens abertas dos supermercados. Entre inúmeras outras que poderia citar, que embora individualmente, sejam transgressões pequenas, no fim somadas, tornan-se gigantes e encarecem todas as coisas, aportam recursos escassos para atividades que poderiam ser utilizadas em coisas mais úteis. Somadas essas pequenas corrupções aos maus comportamentos como jogar lixo na rua, estacionar nas calçadas, depredar monumentos e praças públicas, omissão de quem poderia fazer a diferença, deixa-nos num caos.
     Imagine-se no supermercado comprando frutas, grande parte delas estão inutilizadas pelo péssimo manejo, são atiradas, batidas, amassadas. As pessoas que podiam fazer a diferença, se omitiram e eventualmente sequer tem consciência de que são culpadas.
     Acho que a corrupção de autoridades gravíssima, pois se aproveitam de uma condição inalcansável para a maioria para se beneficiar em prejuízo da coletividade.  É um péssimo exemplo, mas há mecanismos de controle e que mais ou menos eficientes,  funcionam. 
     As pequenas corrupções, as do dia a dia, tendemos a nos adaptar a elas, pois pequenas que são, soam como pequenos obstáculos que vamos contornando para não nos envolver nas soluções.
     Há ditados populares que dizem que esses problemas não são de hoje:E de pequeno que se torce o pepino, pau que nasce torno, morre torto...
    Acho que é hora de começar a cobrar de todos comprometimento. Das escolas que eduquem para os direitos e deveres ou invertendo, deveres e direitos dos cidadãos, dos pais valores morais e legais, dos poderes instituídos o cumprimento das lei, tal e qual escritas é igualmente de todos.
    Não consigo imaginar uma nação desenvolvida sem costumes e regras sendo seguidas. O jeitinho pode ser uma solução para situações inusitadas, se for usado como inovação ótimo, mas péssimo quando usado como maneira de burlar e enganar como é o nosso caso.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

OPOSIÇÃO

     Sinto falta de rumo nas oposições. 
    Aparentemente nomes de projeção nacional não sentam para conversar a muito tempo.
    Que a situação tenha mais dispostos a defendê-la é da condição humana,  pois associar-se ao sucesso é notoriamente mais fácil que criar alternativas e eventualmente aproveitar-se de sobras.
    O que a oposição necessita é de ideias novas ou mesmo recicladas mas que sejam capazes de serem alternativas as imposições atuais.
    Em nome da democracia, normalmente a minoria se submete.
   O que não é aceitável, é que a maioria seja  conseguida sem qua haja discussões qualificadas, argumentadas, justificadas.
    Não se trata de ser oposição e se traduzir por ser contra a tudo o que está aí sem consequência, mas de se levar em conta que no fim o que interessa é o bem comum e jamais seremos grandes sem objetivos pré definidos, até onde queremos chegar.
      Para a oposição, o dizer popular "farinha pouca, meu pirão primeiro" se encaixa perfeitamente.
      Não há uníssono nem na reforma política, que como está colocada, vai causar retrocesso no sistema de votos proporcionais, onde a maior parte dos eleitos, não são os mais votados, mas por um mecanismo, só compreensível aos iniciados, calcula-se um cociente e isso determina o número de parlamentares com direito a diplomação em cada sigla ou coligação.
      A proposição atual propõe que se vote nos partidos, em uma lista fechada, sei lá como ela será construída, com certeza não será aberta permitindo que se renove as lideranças.
     Uma reforma que implique em retrocesso, não deixa de ser uma reforma, embora possa se discutir se é benefica ou não.
     O uníssono da oposição se faz necessário, pois justamente assuntos assim impõe a todos a vontade de poucos à maioria.
    Eu não duvido que a ser aprovada a lista única, os atuais partidos em destaque, sairão fortalecidos, mas congelamos qualquer possibilidade de renovação e aumentaremos sensivelmente a submissão de muitos aos caciques que imporão suas vontades de acordo com suas conveniências.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

DESARMAMENTO

       Sei não, não dá para acreditar no sucesso da nova campanha para o desarmamento. Acho que o grande mérito é a concientização das pessoas. Vão se livrar de velharias guardadas nos fundos dos baús.
             Armas modernas, nunca vi nas reportagens que relatam o andamento das campanhas.
        Sem falar que as armas chegam aos assaltantes, traficantes, alguns meninos quase impúberes e por vezes apreendidas em escolas, ão me convence que o sucesso está intimamente ligado ao desarmamento.
          Vão continuar chegando, provavelmente com um preço um pouco maior ou de forma mais atraente para os criminosos que as traficam, pois darão mais lucro.
           É assim com as drogas, geram tanto lucro, que sabidamente algumas regiões e até países sucumbiriam se simplesmente a produção de drogas fosse extirpada.
         Seria mais eficiente mais possibilidades de aquisição legal, exigindo dos proprietários determinadas condições, tais como, treinamento e obrigação de registros periódicos. 
       Porque será que raramente são noticiadas apreensões de armas nas fronteiras, nas estradas. Normalmente as apreensões são em pequeno número e em batidas policiais em casas ou nos famosos baculejos.
        O verdadeiro problema está na impunidade ou na sensação de impunidade que as pessoas tem.  Estamos querendo fazer justiça com as próprias mãos.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

FUMAÇA

     Alguns assuntos tomam tempo demais de nossa mídia e blogs.
         Racismo -  Quanto mais se fala deste assunto, mais se radicaliza, acompanhem as discussões em blogs e colunas com prós e contras, cada vez mais radicais. Se já está criminalizado, use-se os caminhos legais e pronto, puna-se os exageros.
       Homofobia - Ainda falta criminalizar, a sociedade não faz leis, o legislativo deveria capitanear a legislação pertinente e acabou o assunto.
    É claro que acho que quem sofre as privações de uma eventual privação originada por um motivo injusto, sofre de forma covarde, pois não tem como se defender de uma condição física sobre a qual não pode interferir.   Assim quando se disser que o gaúcho é gay, ou a loura é burra, ou se faz piada com Campinas ou Pelotas,  português, judeu,  turco ou até religioso, não se está discriminando? Se existisse uma revista Raça e aludisse a pele branca(capas e a maioria dos assuntos tratados), ou uma banda chamada Raça Branca, entre outros exemplos, sobreviveriam? Seriam taxados de racistas?
   Portanto eu acho, que é fumaça demais para pouco fogo.  Assim os obstáculos deveriam servir para fortalecer e superá-los deveria ser meta.
    Vi uma entrevista de um deputado federal, Numa revista chamada Caros Amigos, edição de abril, onde o parlamentar em questão, deduz que parte dos travestis se prostituem por ser a única alternativa que resta.
     Não posso concordar, pois assim é muito fácil, é sempre culpa dos outros, deixo assim de ser responsável pelo meu destino e escolhas que faço.    Em muitas atividades a liturgia é tão importante quanto a própria atividade. Hoje um Presidente da República do Brasil, que exibisse tatuagens e piercing seria eleito? Alguém seria capaz de confiar seu dinheiro a um gerente de banco com corportamento hippie?  
     Portanto eu não tenho o direito de não ser educado e não respeitar aos outros, suas convicções, suas escolhas, suas condições. Mas também tenho o direito de escolher a que grupo pertenço de gostar ou não.