segunda-feira, 20 de junho de 2011

Eta povinho!

      Quando tudo parece que vai dar certo, lá vem uma ideia mirabolante e pronto, tudo desanda.
      É o que parece das medidas que o governo toma para dar tempo de construir o país para a copa do mundo em 2014.
      Como é possível acreditar que teremos obras decentes, bem feitas e que beneficiarão aos brasileiros quando começamos mal, com custos já inflados antes mesmo das obras aparecerem, algumas sequer tem projetos detalhados.
      Eu queria saber porque temos que sediar a copa do mundo, atender as exigência da FIFA, uma entidade privada e se dá o direito de dar pitos aos nossos governantes e ela em troca somente empresta o nome e fiscaliza.
      Todo o resto é por nossa conta.
      Considerando que a imprensa noticia que estão em curso medidas governamentais que visam afrouxar os já permissivos controles existentes com os gastos públicos e que se tratam de obras de grande monta, com prazos exíguos e grande repercussão social é de se imaginar o resultado.
      Estou começando a achar que melhor seria para o Brasil, assumir publicamente que não tem competência e dinheiro público suficiente para eniquecer um grupo seleto de ungidos em detrimento do restante da população brasileira.
      Porque os estados devem assumir e contruir a maioria dos estádios? Um estádio público é uma obra cara que não se paga e serve a interesses da política partidária. Lembro do caso do estádio Otávio Managabeira, vulgo "Fonte Nova", que sem manutenção, parte da arquibancada desabou e matou e feriu torcedores.
      O referido estádio servia para um ou dois jogos mensais, um ou outro show de Axé e reuniões semestrais de uma Igreja Evangélica, havia uma escola pública com umas 6 salas de aula, alguns policiais e alguns carros da polícia sem pneus, um ginásio abandonado e uma piscina olímpica sem atletas e um estacionamento onde ensinei um filho e um enteado a dirigir.
      Duvido que as despesas de manutenção de uma área nobre, uns digamos 20.000 m², não significasse mais desembolso de dinheiro público.
      No lugar da Fonte Nova, nascerá outro grande estádio, agora segundo as normas da FIFA e ao custo inicial de R$ 600 milhões, público de novo.
      Um cálculo simples, esse dinheiro aplicado na poupança renderia R$ 3 milhões mensais, um valor provavelmente  maior que a maioria das secretarias do estado e além da perda financeira, deixamos de ter investimentos em esgotos, educação e segurança, estas constitucionalmente obrigações do estado.
      Então fica assim,  pão e circo, como no império romano.

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