terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

HORA DE REPENSAR O FUTURO.

     Eduquei dois filhos, fui professor e posso afirmar com certeza, meus melhores ensinamentos, pelo menos os mais compreendidos e seguidos foram os exemplos.
   O faça o que digo e não o que faço, não funciona na educação.
   O meu lado professor me ajudou a compreender, que a defesa dos filhos deve ser incansável e sempre devemos estar atentos a eventuais problemas que eles tenham e esta disponibilidade é uma responsabilidade que não pode ser omitida nem terceirizada, para a escola a igreja, a babá e etc...
   Contudo a defesa dos nossos filhos deve incluir a responsabilidade de prepará-los para a vida futura, isto inclui respeitar aos outros, as leis, conviver em sociedade, ética, ter espírito desarmado e por que não religião. Os valores religiosos geralmente ensinam tolerância, compreensão e valores éticos e morais.
   Drogas, comportamentos sociais, no trânsito, nas filas, respeito aos idosos e aos diferentes são comportamentos aprendidos nas interações familiares e nos grupos de convivência.
   Perdi um de meus filhos, e por isso vou me culpar eternamente, pois morreu as vésperas de completar 21 anos, uma terrível depressão que não percebi, ceifou sua vida.
   Em toda a vida estudantil e ou social dos meninos, jamais alguém fez algum reparo no caráter deles, mas fui chamado à escola, porque conversavam demais e faziam bagunça nas salas por onde passavam, nas avaliações, sempre estavam na média do grupo. Desculpem, mas crianças saudáveis são sempre ativas, criança quietinha num canto tem algum problema e no mínimo merece ser observada.
    Essa introdução visa expor minha indignação com o comportamento de pais que acham que proteger seu filho e não deixá-lo assumir responsabilidades pelos seus atos e mais nos erros dos filhos não ensinar que o correto responder às consequências dos erros.
    Um Jet Ski, manejado por menores se desgovernou e matou uma criança que estava na praia brincando.
    O que poderia ser uma triste fatalidade, gerada por uma irresponsabilidade, consegue ser pior, pois além de menores sem limites, estão os pais que omitem socorro, se escondem e tiram os menores do local, usando os meios de locomoção que dispõe e deixando o mal causado para os outros resolver.
    Espero sinceramente que a lição que esses pais deram aos seus filhos não tenha sido guardada, para que no futuro, os pais não sejam vítimas de filhos tão mal educados.
    Aliás acho que a justiça deveria questionar o pátrio poder de seres procriadores tão irresponsáveis.
     

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ESTADO E RELIGIÃO

      Não consigo entender, tantas discussões e opiniões por assuntos já decididos e escritos no artigo quinto da nossa constituição.
     As pessoas se ofendem fácil demais, por muito pouco.
     Esquecemos que todos temos direito a ter opiniões próprias, e deveríamos entender que a diversidade é boa e não ruim. 
     O fato de existirem pessoas que pensam e agem diferente, não deveria ser motivo para gastarmos tanta saliva e textos para provar que alguém tem razão ou não. 
     Termos  como   direita,   esquerda,  burguesia,   republicano,  conservador, neoliberal, comunista, progressistas, e outros, às centenas. 
     Esses termos não dizem muita coisa ou dizem tudo e isentam as pessoas de pensar.
     Exibir  opiniões  diferentes  e  assumir publicamente isso, deveria ser um motivo para elogios e não o contrário. 
     Expor na forma prevista em lei, não pode ser considerado crime.
     Respeitar a lei não é opcional.
     Posso  não  me  sentir   confortável, pelos  meus  princípios ou  por  minha educação em dividir meu espaço com alguém diferente. Isso no entanto não me autoriza agredir fisicamente e nem ofender por causa destas diferenças. 
     Também não devo ser obrigado a aceitar o contrário.
     Alguma  coisa  me  incomoda,  me afasto, me retiro. sobretudo se cheguei depois.
     Ser equilibrado, ter  bom  senso, não  impor  as   minhas verdades  e  ter tolerância com os outros ou pelo menos ouvir suas razões e eventualmente posso mudar de opinião ou pelo menos aprenderei a ver as coisas de um outro ponto de vista, outro ângulo.
     O estado é construído pela religião da maioria e se se disser democrático deve zelar pelo direito de todos terem a sua ou de não a terem se for o caso.  
     Escrever na moeda, um dos símbolos e instrumentos de autonomia das nações, alguma expressão religiosa,  afixar cruzes nos tribunais, não autorizar o aborto, não denominar casamento às uniões de homossexuais, não transforma imediatamente o estado em fundamentalista religioso, nem o juiz.
     O politicamente correto, embora pareça cheio de boas intenções, atrapalha mais do que ajuda e distorce nossa  compreensão.
     Porque posso me referir jocosamente ao gaúcho, mas não ao nordestino, posso ter uma banda chamada Raça Negra e não posso ter uma chamada raça branca, posso dizer loura burra e não posso dizer nega do cabelo duro.
     Referir-se ao negro como afrodescendente é de uma hipocrisia e cegueira a toda prova e se o ser humano for oriundo da áfrica, mas tiver a pele e os cabelos claros, se for ruivo, albino, se tiver traços árabes e ou orientais, não será afrodescendente? 
   Dizer que o estado é laico e que por isso não pode ostentar símbolos religiosos é o mesmo que dizer não somos um país desenvolvido porque falamos português. É reduzir e generalizar demais, ou ainda preguiça de pensar e então simplesmente adotar uma idéia que alguém adotou sem ao menos analisar, comparar, ouvir argumentos.
     O nosso estado é laico, mas os cidadãos não.
   Não conheço nenhum estado, do presente ou do passado, que não seja moldado pela religião. Religioso ou não, pró ou contra.
   E mais, a democracia tem de expressar a vontade da maioria, sempre moldada pela religião ou pela ausência dela, de outra forma não seria democracia. 
  Somente nas democracias é possível existirem várias correntes de pensamento, várias religiões, vários comportamentos aceitos, pois, estão previstos nas leis, que podem ser modificadas de acordo com as necessidades dos cidadãos. 
    Os costumes e usos são um pouco diferentes das leis. Enquanto estas entram em vigor em data certa, esses são modificados lentamente e de forma imprevisível.
    Entendo que pensar diferente é uma escolha e portanto um direito que tenho, mas, minhas escolhas tem ganhos e perdas e se minhas escolhas, são me portar contra os usos e costumes, devo me preparar para os confrontos e entender que são mudanças demoradas. Acelerar este processo cultural, não costuma dar bons frutos, radicalizar também não.