terça-feira, 31 de maio de 2011

UM POUCO DE HISTÓRIA

   Salvador é uma cidade histórica, a primeira capital do Brasil, a que ficou mais tempo nesta condição em nossa história e por muito tempo a mais importante. Bem as coisas mudam.
   Os casarões históricos, suas ladeiras, suas igrejas, praças do centro histórico são um patrimônio que vem sendo tratado sucessivamente de forma errada.
   Aliás o tempo não perdoa, quando o assunto e reciclar. Tudo nasce, cresce e morre. Não se trata de discutir do bom gosto ou se são bonitas, adequadas ou outros conceitos modernos.
   O que deveríamos é valorizar a nossa história, nossos antepassados que bem ou mal, permitiram a nossa existência.
   Só valorizamos o carnaval, onde aparentemente os recursos de muitos, vão para uns poucos e um pouquinho os festejos Juninos.
   IPAC, IPHAN, Prefeitura Municipal, Governo do Estado, Governo Federal, Câmara de Vereadores de Salvador, Assembleia Legislativa, ONGs e outras entidades que se dizem defensoras das tradições culturais soteropolitanas, não se entendem ou fazem ouvidos e mercador e o resultado é que a cada ano, prédios históricos desabam pois sem manutenção sofrem infiltrações, infestações de insetos, roedores, ocupações irregulares e as plantinhas que insistem em crescer em suas paredes. É a tal reciclagem do tempo.
   A preservação desta história, garantiria o reconhecimento e orgulho às novas gerações e o interesse histórico, motivaria incremento na geração de renda e empregos com a vinda de turistas, algo tão natural e simples em cidades históricas como Salvador que não é compreensível não ver o óbvio.
   Tudo isso estamos perdendo para o tempo.
   O emaranhado de interesses amarra qualquer tentativa, mesmo que privada, para a recuperação destes imóveis. Os únicos imóveis que possuem manutenções regulares, são as igrejas.
   Evidentemente ninguém pode ser contra o cumprimento das leis, de regras que afinal permitem que convivamos civilizadamente. O que essas leis não podem é emperrar e dificultar a ponto de tornar inviáveis os investimentos privados, que afinal só se materializam se obtiverem alguma vantagem, afinal quem simplesmente e conscientemente investe recursos onde não obtém retorno?
   O fato é que legalmente ou não, a manutenção não aparece e a única ação rápida do poder público é a eventual retirada dos corpos soterrados e parte dos entulhos que obstruírem as ruas do entorno.
   Em alguns imóveis, nota-se que houve intervenções paliativas com escoramento de paredes e sacadas, com hastes de metal e o fechamento das aberturas com tijolos e argamassa. As hastes de metal parecem feitas sob encomenda e em grande quantidade, pois são todas iguais. Fica a impressão que tem de ser usadas pois estão sem uso. 
   Este trabalho que deveria ser paliativo, torna-se permanente e é refeito de tempos em tempos. Cito caso do prédio do Corpo de Bombeiros da Baixa dos Sapateiros (Rua J. J. Seabra),
C de Bombeiros B dos Sapateiros 1978
onde tradicionalmente iniciava-se o cortejo para os festejos de Santa Bárbara e está a quase uma década com as hastes paliativas, sem a reforma necessária, sem a saída do cortejo popular e ainda acomodando o destacamento do Corpo de Bombeiros.
   Esse tratamento da nossa história deveria ser ato criminoso. Um povo sem história é um povo sem memória, sem valores e sem orgulho de ser o que é.
P.S. mais fotos:

terça-feira, 24 de maio de 2011

PELES ANIMAIS


          O uso de peles, quer seja para vestimenta, abrigo ou até mesmo para enfeites, não é recente é parte da história da humanidade.
         Beira a insensatez o que alguns ativistas de movimentos para a preservação, que eu compreendo pouco fazem.
         Os movimentos deveriam ser mais sábios e defender que os animais sejam criados e abatidos de forma mais “humanizada” e menos traumáticos.
          Mas não, são simplesmente contra como se não usassem produtos de couro, como sapatos, cintos, carteiras, assentos de carros e comem gelatina, sorvetes, geléias, sorvetes, gomas, embutidos, tomam remédios, usam instrumentos e aparelhos que sem peles e/ou couro seriam inviáveis economicamente ou não teriam as mesmas propriedades.
         Acho impossível dissociar a humanidade e o uso de peles.
         Muitos ativistas até propõe que simplesmente abdiquemos do consumo da carne de outros animais, pois, são submetidos a tratamentos estressantes e tratados de maneiras degradantes e pouco defensáveis.
        Esquecem que para a maioria dos seres humanos, o consumo e carne pode significar a diferença entre uma via saudável e subnutrição.
           Não são defensáveis tratamentos que imponham sofrimento e imponham condições de vida penosas, para a nossa satisfação.
         Não podemos esquecer que alguns animais não sobreviveriam sem os nossos cuidados e alguns até poderiam estar extintos na natureza, ou será que a vida nos zoológicos, quase sempre maior que na natureza, é natural.
         Alguns animais e suas peles servem para cuidar e criar outros animais sendo utilizados para rações, diversão e ou trabalhos, graças a suas habilidades “naturais”.
     Seria mais produtivo, se antenados com os novos tempos do “politicamente correto” exigíssemos que os animais sejam tratados dignamente, que recebam abrigo de modo que a relação seja boa para todos.
         A proibição pura e simples, os gritos histéricos, só fazem valorizar os mercados informais e aí sim, sem controle.

IMPOSTOS E TRIBUTOS




         A confusão está exatamente na semântica e na interpretação da palavra tributo.
        Tributo para quem paga é um imposto, uma descapitalização, uma doação compulsória.  Para o governo que os recebe, tributo é um agradecimento por serviços a serem executados ou pela própria existência dele, tão magnânimo, superior e não raro auto ungido como intocável, inquestionável e infalível.
         Os governantes se dizem democráticos, ouvem o povo, fingem interesse.
       Não raro e é sempre com boas intenções, reescrevem a história e se os fatos não forem totalmente favoráveis, mudem-se os fatos, as favas os pudores, isso é coisa para os reacionários.
         Apesar de legislações e instituições sérias, o respeito no tratamento das finanças públicas não é a prioridade. Não sendo prioritário usa-se o bem público, não em melhorias e atividades que beneficiem a maioria, mas em obras e atividades que permitam maior visibilidade e que portanto permitam a recondução dos mesmos grupos ao poder, perpetuando-se os auto ungidos.
       Tributo para quem paga é imposto (sempre maior do que deveria ser), mas para quem recebe é a gratidão (sempre menor do que deveria ser).

segunda-feira, 23 de maio de 2011

PORTUGUÊS

 
    A língua escrita é um código e portanto tem regras que se não cumpridas, podem não traduzir o pensamento e ou a ideia de que se quer dizer.    
   Não significa, no entanto, que ela seja estática, que não possa ser alterada e o é, primeiro pelo uso popular e só após nas academias. 
   Tenho uma imagem para ilustrar.
   Devemos usar a roupa adequada para os mais diferentes eventos diários.
   Não vou a um evento religioso de sunga, assim como não vou fazer compras num supermercado de pijama, é inadequado.
   Assim também é com a linguagem no uso do dia a dia.
   Eu espero de um médico, de um juiz, de um gerente do meu banco, uma linguagem adequada.
   O mais grave é imaginar que o que eu não conheço, não existe para mim. 
   O uso popular da língua pode ser adequado num ambiente e não no outro.
   O mais importante é que se a educação não for inclusiva ela perde o sentido.
  Encaro a educação como forma de alguém ter conhecimento suficiente para se adaptar às necessidades sendo capaz inclusive de buscar complementos sem ter que necessariamente ser tutelado.  Só se pode ser livre com informação.
   Evidentemente, não é aceitável que haja discriminação ou seja alguém maltratado em decorrência de diferenças, quaisquer que sejam.
   Essas diferenças no entanto, nos aproximam ou nos afastam, nos agrupam, criam identidades e permitem inclusive que criemos pontes para propiciar trocas mutuamente benéficas.
  Acho que a diversidade, livremente aceita e tolerável, deve ser incentivada, pois é motor da evolução criativa, sempre necessária.
   Neste aspecto, a todos, deve ser dada a liberdade de expressão, limitada apenas pelo limite lógico no qual o meu direito termina onde começa o seu.
   Enfim só usufruirei dos benefícios da evolução humana se eu estiver preparado para isso.
   E repetindo.  Só se pode ser livre com informação.

sábado, 21 de maio de 2011

CORRUPÇÃO

     Acho que o mal deste país se chama corrupção.
   Mas ao contrário do lugar comum, acusar autoridades, assumo minha parcela e faço mea culpa.
   É só andar pelas ruas de nossas cidades, conversar com pessoas, observar comportamentos e soluções e lá está a corrupção, não a grande, a que dá notícia, das autoridades, de pessoas de destaque.                  
   Ela está no dia a dia, nos "gatos" de energia elétrica, nos camelôs que ocupam calçadas e concorrem com os lojistas, nas passagens de ônibus para estudantes usadas por familiares ou por pessoas que querem pagar menos, falsificando matrículas escolares, em benefícios do INSS obtidos com documentos e argumentos falsificados, nas seguranças que temos que pagar para organizações informais, (aliás porque os policiais não trabalham diariamente, como todos), nas embalagens abertas dos supermercados. Entre inúmeras outras que poderia citar, que embora individualmente, sejam transgressões pequenas, no fim somadas, tornan-se gigantes e encarecem todas as coisas, aportam recursos escassos para atividades que poderiam ser utilizadas em coisas mais úteis. Somadas essas pequenas corrupções aos maus comportamentos como jogar lixo na rua, estacionar nas calçadas, depredar monumentos e praças públicas, omissão de quem poderia fazer a diferença, deixa-nos num caos.
     Imagine-se no supermercado comprando frutas, grande parte delas estão inutilizadas pelo péssimo manejo, são atiradas, batidas, amassadas. As pessoas que podiam fazer a diferença, se omitiram e eventualmente sequer tem consciência de que são culpadas.
     Acho que a corrupção de autoridades gravíssima, pois se aproveitam de uma condição inalcansável para a maioria para se beneficiar em prejuízo da coletividade.  É um péssimo exemplo, mas há mecanismos de controle e que mais ou menos eficientes,  funcionam. 
     As pequenas corrupções, as do dia a dia, tendemos a nos adaptar a elas, pois pequenas que são, soam como pequenos obstáculos que vamos contornando para não nos envolver nas soluções.
     Há ditados populares que dizem que esses problemas não são de hoje:E de pequeno que se torce o pepino, pau que nasce torno, morre torto...
    Acho que é hora de começar a cobrar de todos comprometimento. Das escolas que eduquem para os direitos e deveres ou invertendo, deveres e direitos dos cidadãos, dos pais valores morais e legais, dos poderes instituídos o cumprimento das lei, tal e qual escritas é igualmente de todos.
    Não consigo imaginar uma nação desenvolvida sem costumes e regras sendo seguidas. O jeitinho pode ser uma solução para situações inusitadas, se for usado como inovação ótimo, mas péssimo quando usado como maneira de burlar e enganar como é o nosso caso.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

OPOSIÇÃO

     Sinto falta de rumo nas oposições. 
    Aparentemente nomes de projeção nacional não sentam para conversar a muito tempo.
    Que a situação tenha mais dispostos a defendê-la é da condição humana,  pois associar-se ao sucesso é notoriamente mais fácil que criar alternativas e eventualmente aproveitar-se de sobras.
    O que a oposição necessita é de ideias novas ou mesmo recicladas mas que sejam capazes de serem alternativas as imposições atuais.
    Em nome da democracia, normalmente a minoria se submete.
   O que não é aceitável, é que a maioria seja  conseguida sem qua haja discussões qualificadas, argumentadas, justificadas.
    Não se trata de ser oposição e se traduzir por ser contra a tudo o que está aí sem consequência, mas de se levar em conta que no fim o que interessa é o bem comum e jamais seremos grandes sem objetivos pré definidos, até onde queremos chegar.
      Para a oposição, o dizer popular "farinha pouca, meu pirão primeiro" se encaixa perfeitamente.
      Não há uníssono nem na reforma política, que como está colocada, vai causar retrocesso no sistema de votos proporcionais, onde a maior parte dos eleitos, não são os mais votados, mas por um mecanismo, só compreensível aos iniciados, calcula-se um cociente e isso determina o número de parlamentares com direito a diplomação em cada sigla ou coligação.
      A proposição atual propõe que se vote nos partidos, em uma lista fechada, sei lá como ela será construída, com certeza não será aberta permitindo que se renove as lideranças.
     Uma reforma que implique em retrocesso, não deixa de ser uma reforma, embora possa se discutir se é benefica ou não.
     O uníssono da oposição se faz necessário, pois justamente assuntos assim impõe a todos a vontade de poucos à maioria.
    Eu não duvido que a ser aprovada a lista única, os atuais partidos em destaque, sairão fortalecidos, mas congelamos qualquer possibilidade de renovação e aumentaremos sensivelmente a submissão de muitos aos caciques que imporão suas vontades de acordo com suas conveniências.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

DESARMAMENTO

       Sei não, não dá para acreditar no sucesso da nova campanha para o desarmamento. Acho que o grande mérito é a concientização das pessoas. Vão se livrar de velharias guardadas nos fundos dos baús.
             Armas modernas, nunca vi nas reportagens que relatam o andamento das campanhas.
        Sem falar que as armas chegam aos assaltantes, traficantes, alguns meninos quase impúberes e por vezes apreendidas em escolas, ão me convence que o sucesso está intimamente ligado ao desarmamento.
          Vão continuar chegando, provavelmente com um preço um pouco maior ou de forma mais atraente para os criminosos que as traficam, pois darão mais lucro.
           É assim com as drogas, geram tanto lucro, que sabidamente algumas regiões e até países sucumbiriam se simplesmente a produção de drogas fosse extirpada.
         Seria mais eficiente mais possibilidades de aquisição legal, exigindo dos proprietários determinadas condições, tais como, treinamento e obrigação de registros periódicos. 
       Porque será que raramente são noticiadas apreensões de armas nas fronteiras, nas estradas. Normalmente as apreensões são em pequeno número e em batidas policiais em casas ou nos famosos baculejos.
        O verdadeiro problema está na impunidade ou na sensação de impunidade que as pessoas tem.  Estamos querendo fazer justiça com as próprias mãos.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

FUMAÇA

     Alguns assuntos tomam tempo demais de nossa mídia e blogs.
         Racismo -  Quanto mais se fala deste assunto, mais se radicaliza, acompanhem as discussões em blogs e colunas com prós e contras, cada vez mais radicais. Se já está criminalizado, use-se os caminhos legais e pronto, puna-se os exageros.
       Homofobia - Ainda falta criminalizar, a sociedade não faz leis, o legislativo deveria capitanear a legislação pertinente e acabou o assunto.
    É claro que acho que quem sofre as privações de uma eventual privação originada por um motivo injusto, sofre de forma covarde, pois não tem como se defender de uma condição física sobre a qual não pode interferir.   Assim quando se disser que o gaúcho é gay, ou a loura é burra, ou se faz piada com Campinas ou Pelotas,  português, judeu,  turco ou até religioso, não se está discriminando? Se existisse uma revista Raça e aludisse a pele branca(capas e a maioria dos assuntos tratados), ou uma banda chamada Raça Branca, entre outros exemplos, sobreviveriam? Seriam taxados de racistas?
   Portanto eu acho, que é fumaça demais para pouco fogo.  Assim os obstáculos deveriam servir para fortalecer e superá-los deveria ser meta.
    Vi uma entrevista de um deputado federal, Numa revista chamada Caros Amigos, edição de abril, onde o parlamentar em questão, deduz que parte dos travestis se prostituem por ser a única alternativa que resta.
     Não posso concordar, pois assim é muito fácil, é sempre culpa dos outros, deixo assim de ser responsável pelo meu destino e escolhas que faço.    Em muitas atividades a liturgia é tão importante quanto a própria atividade. Hoje um Presidente da República do Brasil, que exibisse tatuagens e piercing seria eleito? Alguém seria capaz de confiar seu dinheiro a um gerente de banco com corportamento hippie?  
     Portanto eu não tenho o direito de não ser educado e não respeitar aos outros, suas convicções, suas escolhas, suas condições. Mas também tenho o direito de escolher a que grupo pertenço de gostar ou não.