domingo, 30 de dezembro de 2012

BOM INÍCIO E BOM FINAL DE ANO

     Só nós os humanos temos o tempo marcado e comemoramos eventos.
   O final do ano é uma época em que promessas são feitas, zeramos as frustrações e renovamos as esperanças.
    Nada muda em nosso dia a dia, mas as nossas cabeças tem em mente que devemos recomeçar.
    O calendário usado para medir o nosso tempo, nem é uniforme no mundo, pois algumas nações utilizam outros padrões e alguns povos nem o medem com tanto rigor.
     Dito isso encaro tudo com uma certa falta de esperança.
    Falo sobretudo do panorama político, pois passam os anos, e é mais do mesmo o discurso não evolui e continuamos na rabeira do mundo civilizado. 
     Os atores mudam, é verdade, mas interpretam o mesmo roteiro, sem nem se preocupar em improvisar, adaptar e aqui e acolá atualizar os termos.
     Os escândalos se sucedem, instauram inquéritos, CPIs, divulgam escutas telefônicas, arquivos e outros comportamentos reprováveis e tudo fica por isso  mesmo. Tenho a sensação de que cumprir regras e leis é para os tolos.
      Todos pedem e desejam paz, como se isso fosse uma coisa palpável, que se compra ou se acha em algum lugar.
     Eu quero um novo ano onde podemos esperar que cada um faça a sua parte, que a busca de melhoria seja uma constante, onde todos sejamos iguais perante as leis estabelecidas e não mais cometamos os erros do passado.
     

COTAS E INJUSTIÇA


       De boas intenções não se fazem obras nem se resolve os problemas que sempre teremos.
     Acho que políticas inclusivas sempre são e serão necessárias, na medida em que no curso da história, por alguma contingência, de qualquer origem, distorções sejam percebidas.
   As cotas nas universidades é uma dessas boas intenções que perdem energia e acabam gerando animosidades diversas pois de efeito limitado, impõe mais discussões que resultados práticos.
     Não interessa se a intenção defensável é a tentativa de inclusão de
grupos historicamente marginalizados, negros oriundos da escravidão e indígenas, ambos os grupos alvos de piadas pejorativas, que não contribuem para a auto-estima.
    O importante é que ao longo da história, em alguns momentos foram vistos como inferiores, muitas vezes pela cor da pele e aparência física, mas também algumas vezes, pelo comportamento.
    A criminalização de comportamentos visivelmente discriminatórios é um fato positivo, na medida em que coíbe comportamentos pré-concebidos, amparados na aparência física, nas atividades exercidas.
  Mas isso por si só não impede que se façam discriminações a comportamentos e atitudes.
     A melhor forma de incluir alguém em determinado círculo é dar condições deste alguém saber claramente quais são as regras e condições para participar do grupo.
    Obrigar os demais a aceitar alguém, sem os pré-requisitos que o grupo determinou explícita ou implicitamente, eventualmente gerando perdas a uma parte ou todos os participantes gerará animosidades que poderiam ser evitadas se as regras de inclusão fossem cumpridas.
    Ensinar ao seu filho que não deve brigar, batendo nele gerará nele a mesma dor, mas ensinará a não bater nos outros?
     Na atual política de cotas, os “brancos” e pobres não são atendidos. Por quê?
     Não sou contra as políticas de inclusão, pois elas são necessárias para estimular e ajudar quem por alguma razão, não consegue acompanhar o ritmo e rumo da sociedade e dos grupos que a formam. Sou contra que a inclusão premie uma característica física, que por si só não gera exclusão. As cotas que permitissem aos mais pobres contar com apoio para acessar às oportunidades, quer do governo ou de organismos sociais seria mais justa, geraria mais sinergia e menos animosidades.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

UM PAÍS DO FUTURO


   Sempre  que  olho  à minha volta, percebo que  vivemos num país, onde faltam muitas coisas, mas sobretudo educação.
   A chegada de um governo que se diz esquerda, embora eu não tenha votado nele, porque comparativamente achava menos competente que seu adversário, não me deixou a princípio tão desanimado.
  No passar do tempo no entanto, vi que os interesses da turba, elevada a condição de governo (pelo menos para a maioria visível), são diversos dos do palanque e opostos aos interesses do país, uma vez que, embora governem em nome da maioria, agem para atender a si próprios.  
  As omissões na  defesa dos interesses da nação Brasil, quando existem disputas internacionais, como no caso da Petrobras na Bolívia e Venezuela, no caso de Itaipu com o Paraguai, entre outros e o alinhamento com lideranças de diversos países, que o mundo condena (alguns já mortos ou depostos) pondo por terra, décadas de uma diplomacia com posições elogiadas e ouvidas internacionalmente, com posicionamentos dúbios e ideológicos.
   Feitos e bordões são propagados em profusão e não raro, o projeto, a ideia,
lançado com estardalhaço demora a se concretizar.
   Em áreas críticas, como segurança e infra-estrutura, nem os parcos recursos orçados são aplicados.
  Entre 2003 e 2008, o mundo não passou por crises significativas, o país estava sem problemas com a inflação, o mundo crescendo e nós, o país do futuro, querendo emplacar nossas opiniões anti-imperialistas pelo mundo, mostrando nossas estatísticas na diminuição da pobreza, nas maravilhas do Sistema Único de Saúde (SUS), construindo universidades que até hoje funcionam precariamente e nas grandes realizações como nunca antes neste país...  
  Perdemos muito tempo.
 Os governos certamente não podem resolver todos os problemas da sociedade, mas poderiam não atrapalhar.
  O grave das ações governamentais é que tudo que se faz, é defender pontos de vista, desqualificando e agredindo as pessoas que divergem, sem argumentar, discutir e mais, cooptando organismos pretensos defensores da sociedade,jornalistas e meios de comunicação, com recursos públicos.
  Pão e circo.
  Investimos bilhões (públicos) em estádios para a copa do mundo, organizada pela FIFA, entidade privada, e após a copa, serão usados por clubes também privados.
  Capitalizou-se por exemplo o fim da hiperinflação, que propiciou aos mais pobres um crescimento de renda e misturou-se aos resultados da bolsa família, inflando artificialmente os ganhos desta última.
   Mas na educação, continuamos entre os piores do mundo.
  Nossos estudantes continuam entre os mais despreparados, as greves dos professores da rede pública, ameaçam os anos letivos, os materiais didáticos chegam atrasados, caros e as vezes, com falhas gritantes.
   Apesar disso tudo, nosso governo federal, acumula aprovações recordes.
  Então, enquanto não houver educação, seremos um país do futuro, não de futuro.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A FARSA DA POPULARIDADE

   Sai mais uma pesquisa e novamente, aprovação recorde da presidente.
    Como podemos contestar, é impossível.
    Entretanto podemos olhar de forma mais crítica. A reprovação é recorde na saúde, educação e segurança.
    A fama de boa gerência também não se sustenta, já que nada do planejado sai a contento e invariavelmente não conseguimos aplicar o orçado para praticamente nada.
     Cresce exponencialmente os casos de  corrupção e diz-se que nunca se combateu tanto, embora não se diga que o grosso da coisa esteja nos cargos de confiança divididos entre os correlegionários.
     Nunca se fez com tanto cinismo, propaganda de um país maravilhoso, com medidas administrativas "acertadas" segundo o ideário esquerdista, mas que na prática pouco representam para o todo.
     Nunca se disse que fizemos tanto pela segurança, educação, distribuição de renda e saúde, mas continuamos com índices vergonhosos se nos compararmos com economias vizinhas e semelhantes.
     Nunca se fez uma política tão "os fins justificam os meios" como a atual.
     Viagens de autoridades, são sempre retratadas como importantes para as relações bilaterais, embora tenham trazido poucos resultados práticos, inclusive muitas vezes implodem a nossa fama de conciliadores na diplomacia, construída ao longo de décadas, por opiniões e posturas desequilibradas.
     No entanto a pior das mazelas do nosso tempo, e que nos forçarão a deixar de herança, para nossos sucessores, é a reescrita da história através das opiniões cooptadas, que omitem os erros e exageram nos feitos e invariavelmente usam recursos públicos para isso.
     

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A TAL REFORMA AGRÁRIA

     Vira e mexe, aparece alguém a defender com unhas e dentes a tal reforma agrária, nos moldes antigos e invariavelmente demonizando o tal agronegócio.
     Esses escritores, invariavelmente se definem professores e ostentam títulos de universidades conceituadas.
     Parece que não estudaram o assunto profundamente, pois o veem com olhar distorcido.
     Não entendem os mecanismos que envolvem tal atividade econômica.
     Os custos, as intempéries, instabilidades políticas e econômicas, dentre outras variáveis, fogem totalmente ao controle do produtor. Ele só pode contar com a sua eficiência e escala.
     O uso intensivo da tecnologia, tornou essa atividade rentável nos moldes atuais.
     A agricultura familiar tem poucas alternativas rentáveis. Basicamente prende-se nas atividades de exploração mais intensivas, como a criação de animais para consumo (aves, porcos dentre outros), produção de leite ou cultivo de algumas hortaliças. Todas essas atividades necessitam de tecnologia e escala.
     Não vejo o governo defendendo e estimulando a criação de cooperativas,  sindicatos, e organismos que busquem aperfeiçoar a exploração da terra.
     Defender a reforma agrária como bandeira é um ótimo discurso, assim como terra para os quilombolas e indígenas.
     Sem ensinar como se sustentar, explorando a atividade agrícola é só um discurso ideológico de boas intenções sem resultados. Vamos continuar com a obrigação que temos de sustentar essas pessoas sem esperar que tenhamos um dia, pessoas que conseguiram progredir pelas próprias condições.