quarta-feira, 27 de abril de 2011

MODISMOS

     Não sei porque, mas os assuntos tratados pelos jornais, revistas, blogueiros, televisão e outros meios de comunicação parecem ser pensados por poucas pessoas.
   Antigamente eu lia dois jornais, duas ou três revistas semanais e assistia a pelo menos dois telejornais diferenes para poder ter opiniões e notícias variadas.
     Hoje não é mais necessário. Basta ler um jornal, ver um telejornal, uma revista semanal e pronto. Nem os Blogs escapam do lugar comum.
    Alguns assuntos irritam:
    Bulling;
    Casamento Real na Inglaterra;
   Ficha limpa/ficha suja e políticos nomeados para assuntos importantes apesar do currículo, que mais parece folha corrida policial;
    Greves do serviço público, que fica por isso mesmo;
    Comparações Lula/FHC;
    Muitos outros pederiam ser citados.
   Aparentemente, poucos meios buscam fatos, apenas reproduzem os assuntos produzidos por outros e os maquiam com "especialistas de qualquer área", a postos para justificar qualquer assunto.
    Ainda não sei definir se estamos mergulhando na escuridão ou se é isso mesmo e antes eu não percebia.
     Hoje dedico mais tempo para ler assuntos tratados por colunistas renomados ou não e que aparentemente não estão vinculados com a reprodução pura e simples de notícias das manchetes, que em ler periódicos que parecem editados pelas mesmas pessoas.   
 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

ESTUDAR OU NÃO




     Qualquer ser racional sabe das inúmeras vantagens que leva o letrado em relação ao iletrado.
     É claro que a vida está cheia de exemplos de sucesso que podem provar que o ensino formal não é uma garantia absoluta de nada.
     Inúmeros outros fatores interferem na trajetória de vida e escolhas bem sucedidas.
     Mas imagine a combinação de conhecimento, com algumas habilidade/escolhas da natureza humana, tais como: craque do futebol, político, empresário, agricultor, dentre outras.
     Alguns jogadores de futebol são referências como atletas, mas não o são como exemplos de vida e alguns o são nos dois campos, cito Raí, Kaká, Pelé, Carlos Alberto, Tostão e outros. É clara a ligação entre as duas condições.
      Essas relações podem ser vistas na agricultura, cujas observações e alterações de técnicas, aumento de produtividade estão diretamente relacionadas ao conhecimento e ensino formal.
      O protagonismo da história está, e estará sempre sujeito a capacidade que os seres humanos têm de se adaptar e moldar os recursos às necessidades, ou então, não fosse tão importante, porque as nações mais desenvolvidas do mundo também são as mais instruídas e as empresas de modo geral, só contratam os profissionais mais preparados formalmente.
      Entretanto, para ser político popular, não precisa ser formado em faculdades, basta saber falar o que as pessoas querem ouvir e encontrar um grupo disposto a espelhar os mitos e jargões que as paixões produzem, centradas nas dúvidas e dificuldades que enfrentam no dia a dia. Assim é Lula, assim foi Getúlio Vargas, assim foi Hitler. Lula, Getúlio Vargas e Hitler só são comparáveis na forma de vender suas idéias. Não admitem oposição e sempre tem um culpado externo para as próprias limitações e erros, e, propaganda, propaganda, propaganda.
       Voltando a questão estudar ou não. A educação é comparável a observar a paisagem de uma janela. Quanto mais próximo da abertura, maior será o campo de visão, portanto mais informações, o que possibilita tomar decisões após uma análise de variáveis que podem interferir no resultado final, com maior acerto.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

LUCIDEZ

     Em poucos dias, no início de abril, dois fatos geraram comoção nacional. O caso do Deputado Federal Bolsonaro e a morte horrível das crianças no Realengo.
        No caso do Deputado, conhecido pelos seus arroubos, eu entendo injustificada. Ele pode dizer e falar o que quizer, no foro adequado instado a dar explicações, por quem se julgar ofendido. Mas daí a dar tanta repercussão, devassas à vida do parlamentar, generalizações e julgamentos  resultam justamente no contrário do que pregam, a liberdade de opiniões e diversidade. Se tem alguém a favor, também pode ter alguém contra, é basico. 
         Aquela lei da física, da ação e reação também se aplica aqui. Quanto mais aguerrida a defesa, mais forte será o ataque. Até o equilibrio.
        É claro que eu não concordo com  deputado, tampouco concordo com tanta repercussão para um assunto que a meu ver é menos importante que educação, falta de perspectivas para os jovens, corrupção generalizada, morosidade da justiça, crescimento da violência civil e policial, aparelhamento estatal. 
          Corremos o risco de olhar para a floresta  e ver somente as folhas.
          Em relação ao caso do Rio de Janeiro, comovente, inexplicável, incompreensível. Muito se falou, especialistas, populares, jornalistas. Mas vejam o policial, um heroi em todos os sentidos, só o foi porque estava numa ação policial próxima, senão estaria armado de revólver e quiçá quanto tempo  teriam demorado para chegar ao colégio. Pelos vídeos que vi, a rua já estava lotada de moradores, antes que a segunda viatura chegasse, 25, 30 minutos talvez. É muito tempo.
           A imprensa, esmiuçou a vida do bandido e da família. 
          A família, compreensivamente, mesmo sem nada dever, tem medo de aparecer, pois teme os fazedores de justiça. Como se pode reclamar de um ato insano, cometendo outro. E mais, aproveitando o anonimato, como pichar  e arrombar a casa  do assassino.
           Tiro uma lição disto. Nunca estaremos suficientemente preparados para situações limite, mas a polícia tem de ser mais ágil e o povo tem que ser mais civilizado. Precisamo saber olho por olho e dente por dente é um retrocesso. 
            E finalmente o bom senso. Aplausos para os alunos que pintaram a casa pichada. Isso é civilidade.


        



JOGAR PARA A TORCIDA

-   Na Bahia e Salvador sabidamente pobres, sem grande industrialização, não se tem a impressão de valorizar o turismo reconhecidamente uma das atividades econômicas com melhor custo/benefício e a curtíssimo prazo. O Pelourinho, suas igrejas e prédios históricos (exceto raras exceções), estão ao Deus dará, sem falar nos turistas que ainda assim insistem em nos visitar. 
-  A Prefeitura Municipal de Salvador diz que vai multar quem joga lixo na rua, mas não recolhe nem mesmo o que é de reponsabilidade dela, as podas de plantas e gramíneas ficam acumuladas por dias nos locais onde foram efetivadas, sem coleta.    
-  A Prefeitura fixou placas proibindo a carga/descarga de caminhões nas ruas de Salvador durante o horário útil, mas todos os dias lá estão.
-  O Estado diz que alfabetizou 751 mil baianos com mais de 15 anos, a um custo de 190 milhões de reais (R$ 250 por aluno) mas proliferam informações de escolas municipais e estaduais com aulas parciais por falta de professores e ou instalações em reforma. Para estimular a leitura, dos alfabetizados, doou 30 mil livros (ou 25 alunos por livro), ou seja, nem ele acredita nos resultados.
- O governo do estado disse que 80 % dos crimes de Salvador estão relacionados ao crack, a Prefeitura não tem locais para atender meninos de 15 a dezessete anos que querem buscar recuperação.
-  Os cartórios (na Bahia ainda não houve a privatização) exigem filas quilométricas que se formam de madrugada. Mas a justiça ,divulga em comercial que prima pela transparência. Não sei se resolveria, mas pelo menos teria de quem cobrar.
-  A presidenta disse que no Brasil só não estuda quem não quer, o Ministro da educação, disse que triplicamos o número de graduados anuais, então porque continuamos tão mal quando comparados aos outros países.
- Ocupamos "comunidades", levamos a lei e a ordem, porque não regularizamos as ocupações com títulos, abrimos ruas para que possam passar veículos, esgotos, ônibus, e quem assim o desejar.
-   Ouvimos o nunca antes na história de país a exaustão e porque tenho a sensação de já vi este filme antes.
-   As autoridades somente tomam providências após as denúncias da imprensa, porque não fazem o trabalho para qual estão contratadas.
    O que sei, é que somos bons em berrar nossas realizações, as vezes até exageramos, mas não admitir que falhamos é arrogância e no mínimo nos impede se encontrarmos o rumo certo.
 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Marketing e ações governamentais

     O prefeito de Salvador-BA, João Henrique é bom em ações que repercutem na imprensa, espalhando a imagem de quem está preocupado com a cidade. 
     A imagem é associada a um ser humano lutador tais como ações na justiça contra multas de trânsito, ações na justiça contra a cobrança de estacionamento em Shopping Center(renunciaria ao mandato se a cobrança passasse a existir), banhos de luz, banhos de asfalto, multas e prisões para os fazedores de xixi na rua, descarga de mercadorias em horários especiais, revitalização da orla (dizia-se que a nossa orla iria se parecer com a de Miami, eu estaria satisfeito se parecesse com a de Aracajú) e recentemente multa para os jogadores de lixo na rua (claro, existem outras como feijoadas, inaugurações de praças que depois são abandonadas...)
     Nenhuma das ações  teve o resultado próximo ao divulgado e não vai ser diferente no caso do lixo.
     Senão vejamos:
     - Não há um programa de coleta seletiva, portanto os catadores de lixo arrebentam as embalagens para retirar o que interessa e o restante fica espalhado pelo chão;
     -  Não existem máquinas para limpar as sarjetas(quando existem), usa-se vassoura;
     -  Não há grande regularidade na coleta do lixo nem divulgação de eventuais mudanças;
     -  Não há mobilização popular para não colocar  lixo a qualquer hora e em qualquer lugar;
    -  Não são vistos coletores onde as pessoas poderiam colocar o lixo a salvo de animais soltos e intempéries(aliás controle de animais não funciona ou não existe);
     Portanto é mais uma medida que é boa para a imprensa e discussões intermináveis, mas de efetivo, nada.
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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ideologias

    Ultimamente reescrevemos a história de forma apaixonada e quase sempre sem muito compromisso histórico. Vejo isso numa novela da Globo chamada Araguaia. Além de evidentes inverdades relativas ao comportamento e cultura indígenas, mais parecem "made in USA', ainda quer nos fazer crer que os militares eram bandidos e os guerrilheiros e ou revolucionários os mocinhos. Para alguém como eu, sem compromissos nem com um lado e nem com outro, acho que bondade não existiu em nunhum lado e ditadura, independente das razões que alegar, nunca é a melhor forma de fazer as coisas. Méritos tem que ser dados aos militares que por bem ou mal, mantiveram uma certa unidade, deram um rumo para o desenvolvimento brasileiro e também méritos aos que sairam às ruas para reclamar, se expuseram, foram exilados e inclusive méritos para os que tomaram armas, pois a soma das ações contrárias limitaram a amplitude das consequências. Para mim, a grande verdade e que houve vencedores e vencidos (indenizados regiamente, a maioria pelas notícias da imprensa). Nada garante que se a ditadura fosse implantada pela "esquerda", seria menos violenta ou nossos rumos fossem outros. Provavelmente estaríamos alinhados com as idéias comunistas, e... todos sabemos seu métodos. De qualquer forma a "esquerda" está no poder, eu até me engajei para isso. Os resultados não foram os que eu esperava, colhemos os frutos de plantações anteriores, tivemos ótimas chuvas, mas investimos pouco em novas plantações e em alguns casos colhemos as frutas arrancando os galhos. Na prática, trocamos o conteúdo do balde, mas continuamos sem limpar a casa. Como moro na Bahia, observo mais de perto as tais mudanças. Antes tínhamos ACM e toda a sua fama (truculência e etc...), manifestações estudantis e sindicais que paravam Salvador, carnavais cujos artistas paravam os trios elétricos em frente aos camarotes de autoridades e a elas teciam loas. Hoje temos Jaques Wagner e toda a sua fama (sedutor e etc...), e todo o resto igual. As algemas são macias hoje. O que mudou mesmo é que a máquina pública ficou mais cara. Mais viagens, mais cargos, mais propaganda. Os buracos são os mesmos, as escolas continuam sem educar, os hospitais sobrecarregados, a segurança pública assusta, a justiça... enfim, só as algemas é que são menos sentidas, mas continuam nos prendendo.