Acreditei e ainda acho que dos
candidatos apresentados o senhor despontou como promessa de sem ter um discurso
populista, ser popular. Sem experiência,
ser sensato.
Enfatizo, ainda acho.
No entanto a nossa cidade, não
nasci baiano, mas estou aqui há 12 anos, precisa de ações que não dependem só
do senhor, mas também do envolvimento de todos os soteropolitanos, ou pelo
menos, da maioria.
Claro. Alguém tem que capitanear.
Eu não creio que seja possível,
em pouco tempo, mudar a cultura que temos arraigada cujo principal comportamento
é não assumir nossa parte, mesmo quando os maiores beneficiários somos nós.
Jogamos lixo pelas janelas dos
veículos, jogamos na calçada, praias. Fazemos necessidades fisiológicas em
qualquer lugar.
As calçadas quando existem estão
tomadas de ambulantes, carros, obstáculos diversos.
Achamos que alguém tem que
resolver.
Para ficar claro, venho de uma
família de agricultores.
Meu avô tinha por hábito limpar
os bueiros, valetas e roçava as margens das estradas vicinais que passavam pela
sua propriedade sem nunca cobrar da prefeitura pelo trabalho. Ele era
beneficiado pela conservação da estrada e como os vizinhos também faziam isso,
todos tinham estradas, relativamente transitáveis. Evidente que algumas obras
exigiam máquinas, novos traçados... Aí então, a prefeitura entrava.
Moro na Ladeira do Desterro, em
Nazaré.
Diariamente, circulo pela região
da Fonte Nova, Campo da Pólvora e Joana Angélica.
Passamos por obras, iniciadas em
meados de 2012 e estão se estendendo até hoje, nas calçadas, que acredito
visavam mobilidade urbana, pois tem sinalização para deficientes visuais,
acessos para cadeirantes.
Mas prefeito, essas obras carecem
de término, detalhes que infernizam nossa vida.
Os restos da construção ficam
largados em montinhos que a chuva e vento se encarregam de espalhar, as
sarjetas por onde a água devia escorrer, não foram terminadas, os acessos para
cadeirantes e sinalização para deficientes visuais, terminam em obstáculos
(água acumulada, buracos ou desníveis instransponíveis), não daria para exigir
das empresas a finalização?
Acho que podemos estender para a
cidade toda.
Muito comuns são as calçadas
irregulares, exigindo que os pedestres disputem espaços com os carros nas ruas,
não dá para fazer um decreto, com prazo para os proprietários regularizarem?
Casas e marquises despejam a água
diretamente nos pedestres. Não se pode determinar que estendam os canos de
esgotamento até a sarjeta?
A colocação do lixo para a coleta
é feita de forma irregular e aleatoriamente, é comum vermos gente e animais
revolvendo e arrebentando as frágeis embalagens, espalhando lixo, aumentando o
trabalho dos garis e recolhedores nos caminhões da coleta de lixo.
Será que uma campanha bem feita,
algumas multas, alguns containers, incentivos a coleta seletiva não resolveria
a maior parte do lixo espalhado?
Minha mãe vive numa cidade com
200 mil habitantes em Santa Catarina, o lixo não reciclável é recolhido pela
prefeitura, uma vez por semana nos bairros, no centro duas ou três vezes. O
lixo reciclável é recolhido por membros de cooperativas de reciclagem. Não há
lixo nas ruas.
Os funcionários de prefeitura,
que cuidam das podas de gramados e retiram as plantas das calçadas, poderiam
recolher os resíduos gerados. Por que ficam acumulados, sem o recolhimento
imediato, entupindo nossas sarjetas, bocas de lobo e calçadas?
Impossível aceitar que a Av.
Mario Leal Ferreira, seja varrida manualmente somente. Existem máquinas
apropriadas, fariam de madrugada, sem risco para o gari, que seria alocado para
outro local, onde a máquina não poderia atuar.
Estive por 15 dias na Cidade do
México em turismo, plana, sem rios.
Não tem cheiro de esgoto, não há
água acumuladas nas ruas, não há lixo no chão e nem caixa coletoras nos postes,
não há banheiros fora dos edifícios e praças (públicos ou privados) e nem gente
fazendo necessidades fisiológicas em qualquer lugar.
O revestimento das ruas e
calçadas é praticamente perfeito.
Os garis recolhem folhas de
árvores, muitas árvores.
O transporte público tem metrô,
trem, ônibus, micro-ônibus, táxis e o metrobus um ônibus para 160 passageiros,
todo automatizado, cartão magnético, estações protegidas, vias exclusivs. Você
coloca o dinheiro, cartão magnético (crédito ou débito), retira outro cartão
com o valor que você inseriu, passa por uma roleta com leitor magnético e
pronto. O custo desta viagem equivale a R$ 1,00 (se você tiver que comprar o
cartão pagará mais R$ 1,00).
Não tivemos dificuldade de usar o
sistema, sem ser fluente em espanhol e sem auxílios mais agudos. Aqui em
Salvador, eu tenho dificuldades de usar ônibus, imagine um estrangeiro.
Abundam informações turísticas e
nas esquinas mais movimentadas, botões de emergência. (polícia, médica...
aperta o botão e fala com um atendente).
O único senão, é a poluição
atmosférica, problema que não temos.
Creio que a parte burocrática não
deva ocupar muito do seu tempo, mas o estabelecimento de metas e prioridades
sim.
Cuidar das praças, canteiros,
árvores e jardins e da aparência de modo geral, cria nas pessoas um pouco de
responsabilidade de conservação, provado pela teoria da janela quebrada.
Essas medidas custariam pouco aos
cofres públicos e criariam uma sinergia entre empresas e cidadãos, entes
públicos e privados que seguramente aumentaria num circulo virtuoso, na medida
em que os resultados começassem a ser notados.
Algumas medidas não seriam
simpáticas, mas quais as lembranças dos primeiros anos de escola nos marcaram?
As aulas de mestres que mais nos davam liberdade ou dos que mais nos ensinaram,
portanto nos disciplinavam?
É a chance de fazer a diferença,
na cidade que nossas famílias irão crescer.