quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MALDITA INCLUSÃO SOCIAL


      Ultimamente temos festejado as diversas inclusões “sociais”, e as entendemos como evoluções positivas para a grande nação tupiniquim.
      Não posso deixar de notar que de fato consumimos mais, temos uma renda melhor e, portanto ascendemos socialmente no que se convencionou chamar classes sociais (A, B, C, D, E).
      O que antes era proibitivo para a maioria das pessoas, pelo alto custo, hoje tornou-se acessível ou pela renda maior ou pelas condições de financiamentos a perder de vista.
       No entanto, não evoluímos culturalmente ao ponto de sermos capazes de tirar todas as vantagens e possibilidades dos ganhos coletivos.
       Vejamos a telefonia móvel, praticamente um aparelho por cidadão, mas nossas tarifas são assustadoras, os consumidores ligam em qualquer lugar e falam qualquer coisa, nos obrigam a ouvir suas músicas, seus toques malucos sem falar que as operadoras nos tratam com descaso absoluto, onde é mais fácil trocar de operadora que resolver seus problemas com a atual.
       Acessar a internet, era melhor na época em que o acesso era discado, você contava com a demora.
       Hoje você tem que contar com a irregularidade e nunca, repito nunca, quando você não consegue acesso, é culpa dos que lhe fornecem os serviços.  
       Os mesmos equipamentos, os mesmos atos, restabelecem os acessos em outro momento, sem culpados, sem retratações, mesmo quando você reclamou e ouviu do telemarketing “o Senhor desculpe a demora, pois nosso sistema está lento” e você trate de ficar feliz.
       Nas ruas e estradas há muito mais carros, mas o comportamento não evoluiu, paramos e estacionamos em qualquer lugar, buzinamos para qualquer coisa, as regras de trânsito são para os outros, os pedestres atravessam a rua em qualquer lugar, sem ao menos olhar, nossas cidades vivem atulhadas de guardadores.
       Os aeroportos deixaram de ser um local civilizado, parecem um feirão, com direito a resíduos e animais, não consegue sentar, não consegue cumprir horários.
       Mas o pior são os atendentes.
       Raramente se consegue um serviço que preste, uma informação adequada.
       Maldita inclusão, dá recursos a quem não tem méritos, dá instrumentos a quem não aprendeu usá-los, empregos a despreparados e insere quem não necessitava, isto é, dá água a quem não tem sede.
       Necessitamos com urgência de crescimento cultural, de cidadania, onde as pessoas se reconheçam detentores de direitos, mas também de deveres e que todos aprendamos quer os direitos individuais, são limitados aos outros direitos individuais e os direitos coletivos devem ter preferência.
      

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