sexta-feira, 19 de agosto de 2011

AUTORIDADES E ENTES PÚBLICOS

     Não sei se a minha leitura é seletiva ou se somente vejo as notícias que corroborem minha antevisão dos fatos.
     Parece haver uma má vontade dos órgãos e entidades públicas no cumprimento de suas funções constitucionais.
     Os escândalos de corrupção governamentais, os casos de fiscalização de desvios de verbas públicas, o não cumprimento de leis trabalhistas e ambientais, só ganham tratamento público, em sua maioria, após serem esmiuçados, comprovados e publicados na imprensa.
     Combate a corrupção e a algum ilícito outro é dever de nossas autoridades e entidades públicas.
     Raramente nossos entes públicos atuam de forma didática neste sentido.
     Tribunais de contas, a polícia nas apreensões de drogas e eventualmente desbaratando alguma quadrilha a polícia federal e a receita federal (sim esta não perdoa),são excessões honrosas, pois aparentemente além do marketing, estão ativas.
     Não é aceitável que um governo possa se submeter, em nome da governabilidade, a ocultação de sujeiras e desvios.
     Às autoridades públicas não é suficiente um comportamento correto, ele tem que ser inquestionável, inatacável.
     Se a uma autoridade na qual não se pode confiar é danoso para a nossa integridade moral, como país.
     Ficamos ofendidos quando algum gringo faz piada com nossa moral, com nossas mulheres, com o nosso desenvolvimento, mas será que estão errados?
     Ao se educar as crianças, o mais eficiente é o exemplo.
     As crianças aprendem a gostar da comida que comemos, dos hábitos que temos, reagem como nós.
     As sociedades também são assim.
     Se o poder constituído, se omitir ou até se portar de forma reprovável isso terá reflexos na sociedade que entende sabiamente que as coisas são assim.
     Porque ciclistas andam na contra mão de direção, não atravessamos nas faixas de pedestres, fazemos justiça com as próprias mãos, estacionamos em calçadas e em locais não adequados, proliferam as inúmeras invasões de terrenos, surgem favelas, aparecem flanelinhas, temos medo da polícia embora nada devamos, não execramos gestores públicos envoltos em corrupção, reconduzindo-os a novos cargos, onde repetirão seus atos.
     É claro que a maioria das autoridades é honesta e correta, seria impossível a convivência se assim não fosse, mas porque a sensação é que sempre estamos diante de uma maracutaia e que somos um país de malandros, onde todos estamos esperando a oportunidade de levar a nossa vantagem.
     Acho que a omissão, é tão ruim quanto os atos ilícitos.
     Se somente toma-se providências após as denúncias caírem na boca do povo, pela imprensa, no mínimo houve omissão das autoridades, quando não envolvimento, e com certeza perdeu-se a oportunidade de didaticamente, com a punição exemplar e ou com a simples divulgação dos fatos, coibir os novos casos.
     A demora na punição, a injustiça, a omissão, minam a confiança nessas entidades e a civilização e convivência da sociedade está firmada na certeza de que os valores legais valem para todos. Não é por ser próximo ao poder, próximo a autoridades que não necessito cumprir as leis.
     Se o nosso desejo é sermos uma nação civilizada e que possa nos dar orgulho necessitamos menos "carteiradas" e mais ação de nossas autoridades e entidades públicas.


    

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