Houve
um tempo, não muito distante, na minha infância, com bastiões morais e locais
sagrados intocáveis.
Na minha infância desrespeito a
professores, padres, escolas, igrejas e outros equipamentos públicos eram
punidos exemplarmente com a execração comunitária dos autores e todos temiam as
consequências de tais provas de falta de civilização.
Normalmente as comunidades se
responsabilizavam pela manutenção e limpeza de seus templos, praças, escolas em
mutirões convocados para isso.
Claro nasci e cresci numa comunidade
rural, onde todos se conheciam e conviviam, numa grande cidade como Salvador,
isto é um pouco mais difícil, mas não é impossível.
Nesta
semana, apareceu nos jornais uma estatística assustadora. Em todas as escolas
estaduais, situadas em Salvador (BA), existem casos de ocorrências policiais e
muitas vezes, professores e outras vítimas sãos aconselhadas pelas respectivas
direções a não relatar as ocorrências às autoridades, para evitar que a escola
seja visada.
Acredito estarmos numa encruzilhada.
Um caminho aponta para mais do mesmo,
aumentar muros, rondas policiais, aumento de vigilância.
Outra opção que acredito ser a solução
é envolver a comunidade, autoridades, pais e professores.
Resgatar a autoestima dos professores,
também deve ser um objetivo.
Esta autoestima lapidada permitirá que
os mestres voltem a sê-lo.
Não serão amiguinhos, bonzinhos. Serão
autoridades.
Serão autoridades reconhecidas pelos
seus alunos, imporão disciplina, estarão qualificados e estimulados e
comprometidos com os resultados dos seus alunos.
Aliás, autoridades sempre são de dois
tipos: As instituídas e as reconhecidas.
O melhor dos mundos é quando a
autoridade instituída é também reconhecida.
As autoridades instituídas, se também
forem reconhecidas, são motivadoras, inspiradoras e aceleram a evolução que
almejamos, pois estimulam e inspiram.
Ensinam os caminhos.
O respeito a valores morais e sociais
que nossas igrejas, escolas, padres e professores representam, juntamente com
instrumentos e aparelhos públicos como os ônibus e praças, são proporcionais ao
respeito que temos por nossas autoridades morais, nossos instrutores e até elas
nossas autoridades constituídas.
A nossa falta de perspectivas com o
nosso futuro, a falta de quem nos espelhar, a falta de punições exemplares, nos
remetem a tempos de vale tudo e da lei do mais forte.
Devemos dar um basta nisso, ou
estaremos a caminho da nossa destruição como sociedade e onde sobrarão dores e perdas.
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