domingo, 30 de dezembro de 2012

COTAS E INJUSTIÇA


       De boas intenções não se fazem obras nem se resolve os problemas que sempre teremos.
     Acho que políticas inclusivas sempre são e serão necessárias, na medida em que no curso da história, por alguma contingência, de qualquer origem, distorções sejam percebidas.
   As cotas nas universidades é uma dessas boas intenções que perdem energia e acabam gerando animosidades diversas pois de efeito limitado, impõe mais discussões que resultados práticos.
     Não interessa se a intenção defensável é a tentativa de inclusão de
grupos historicamente marginalizados, negros oriundos da escravidão e indígenas, ambos os grupos alvos de piadas pejorativas, que não contribuem para a auto-estima.
    O importante é que ao longo da história, em alguns momentos foram vistos como inferiores, muitas vezes pela cor da pele e aparência física, mas também algumas vezes, pelo comportamento.
    A criminalização de comportamentos visivelmente discriminatórios é um fato positivo, na medida em que coíbe comportamentos pré-concebidos, amparados na aparência física, nas atividades exercidas.
  Mas isso por si só não impede que se façam discriminações a comportamentos e atitudes.
     A melhor forma de incluir alguém em determinado círculo é dar condições deste alguém saber claramente quais são as regras e condições para participar do grupo.
    Obrigar os demais a aceitar alguém, sem os pré-requisitos que o grupo determinou explícita ou implicitamente, eventualmente gerando perdas a uma parte ou todos os participantes gerará animosidades que poderiam ser evitadas se as regras de inclusão fossem cumpridas.
    Ensinar ao seu filho que não deve brigar, batendo nele gerará nele a mesma dor, mas ensinará a não bater nos outros?
     Na atual política de cotas, os “brancos” e pobres não são atendidos. Por quê?
     Não sou contra as políticas de inclusão, pois elas são necessárias para estimular e ajudar quem por alguma razão, não consegue acompanhar o ritmo e rumo da sociedade e dos grupos que a formam. Sou contra que a inclusão premie uma característica física, que por si só não gera exclusão. As cotas que permitissem aos mais pobres contar com apoio para acessar às oportunidades, quer do governo ou de organismos sociais seria mais justa, geraria mais sinergia e menos animosidades.

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