O problema do "Mais Médicos", está no forma como se faz a contratação e na defesa ideológica da ideia.
Invariavelmente os defensores, desqualificam os que não defendem a ideia, com argumentos tais como: Elites, corporativistas, oposição reacionária como se estivéssemos numa luta constante entre o bem e o mal.
Essa comparação entre direita (sempre má) e esquerda (sempre boa) simplifica demais a discussão.
Como comparar a vinda de médicos cubanos com a ida de empregados de empreiteiras para obras no exterior? Os empregados das empreiteiras não obedecem as leis dos países onde trabalharão? Terão sua liberdade vigiada, ficarão impedidos de ir e vir, pelas leis brasileiras e não pelas do país onde estão? Serão impedidos, se assim desejarem e as suas custas, levar seus familiares? E as obras não serão avaliadas por organismos internos dos países?
Então as coisas são diferentes e incomparáveis.
Mais, estamos tratando de saúde pública, se a importação fosse de professores para as escolas públicas, a gritaria não seria a mesma?
Precisamos sim de médicos, mas o fato de o governo patrocinar a ideia não significa que ela seja correta, deveria, mas não é.
O governo com essas medidas sacramenta um modo de governar não desejável.
Não planeja, não implanta políticas de governo sólidas e que possam resistir aos sucessivos governos, próprios da democracia.
Essa forma de governar improvisada, sempre na emergência, calculada apenas para a próxima eleição, não defende os direitos de quem dizem defender, defende os seus quinhões e seu poder.
As discussões intermináveis não estão no campo técnico, mas no campo ideológico, campo onde as pessoas se recusam a pensar, seguem cartilhas preestabelecidas e geralmente distorcem os fatos para caber nas intenções.
Nada se fala na infraestrutura que falta, nos problemas de gestão e inexistência de regras claras, nos planos de saúde que exploram o mercado as seu bel prazer.
Politizando a discussão, não chegaremos a bom termo.
Idealizando as opiniões também não.
Como está sendo implementado, o projeto, parece fruto de um plano maquiavélico, gestado em algum porão, que só esperava uma condição favorável e ou criada para ser implementado.
Os manifestos das ruas exigiram medidas "emergenciais", ou a ocasião especial para sacar da gaveta mais um plano de poder.
A nova forma de governar é a que os fins justificam os meios, ou nas palavras da D. Dilma, nas eleições se faz o diabo para ganhá-las.
Esse comportamento não combina com democracia, com desenvolvimento, mas combina com ditaduras e atraso.
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