segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O FAMOSO JEITINHO

       Sempre que se fala da Bahia e Salvador, enaltece-se a tal alegria, o baiano não nasce estréia, as belezas das praias, as muitas igrejas, a história.
       Mas nós baianos o que fazemos para justificar a fama?
       Nada, absolutamente nada para atrair e perpetuar o turismo, uma fonte segura de renda e empregos.
       No campo dos serviços é que somos piores. É verdade, a cidade está suja, mal organizada, mal conservada nas ruas, nos monumentos, museus e aparelhos urbanos. Mas nada comparável a incompetência na prestação de serviços. 
       Relatarei um caso ocorrido na segunda semana de novembro de 2012, num restaurante (não citarei), localizado num cartão postal da cidade chamado Farol da Barra, com exemplo do péssimo atendimento e do total despreparo dos empregados e empresários do setor. Um grupo de homens resolveu se reunir no restaurante, para uma noite com bebidas e comidas, com certamente papo animado, risadas e etc... Findo o papo pedem a conta e para a surpresa houve um acréscimo indevido de quatro cervejas na conta. De pronto um dos clientes reclama com o atendente a diferença. Qual a reação? O atendente de imediato empunha uma faca com a intenção de intimidar o cliente. O resto é um caso de polícia e o gerente do restaurante disse que demitiria os quatro atendentes do turno. 
      Esse caso exemplifica o que ocorre diariamente na maioria dos estabelecimentos, faça-se justiça, existem ilhas de excelência, espalhados pelos recantos da terceira maior cidade do Brasil, a capital negra das Américas  e etc...
      Não se investe no treinamento de empregados e empregadores, o estado não investe em segurança (um baiano tem três vezes mais chances de ser assassinado que um paulista), não temos transporte público descente para recepcionar quem quer nos visitar e se ele vier de carro vai ser dilapidado por flanelinhas fardados ou não.
      Nossas calçadas  estão tomadas por camelôs, dejetos humanos e animais e lixo muito lixo.
      Mas o pior é necessitar de serviços. Com quase certeza você será mal atendido por pessoas que parecem infelizes, que desconhecem absolutamente o seu ofício e não estarão absolutamente interessadas em satisfazer você.
      A mentalidade imperiosa é se dar bem, o famoso "jeitinho" no pior uso possível.
      Então se vieres a Salvador, a cidade vale a pena, venha com uma dose extra de bom humor, superadas as dificuldades, vais conhecer um pouco da história do Brasil e o longo caminho que ainda devemos percorrer para resolver nossos problemas.
       


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