sexta-feira, 19 de julho de 2013

ÍCONES

Estão faltando ícones para nos nortear.                  
O que dizer de estudantes que vão à escola armados para resolver uma divergência, ou para se vingar de uma cara feia, uma palavra enviesada, uma discussão banal.   
Líderes populares pegos com a mão na massa em desvios e falcatruas, típicos de principiantes.
Políticos e lideranças que nem mais se esforçam para esconder, que fazem qualquer coisa por um naco de poder.
Artistas e celebridades que estão mais preocupados com sua aparência física e performances amorosas que com a influência que suas opiniões e comportamentos podem ter em seguidores.
Ainda não valorizamos nossa história, nossos exemplos ancestrais, nossas conquistas e ainda que pelo menos para não cometer os mesmos erros.
Pelas ruas instalam-se ambulantes e toda sorte de ofícios em qualquer calçada e local ao seu bel prazer como se isso não tivesse consequências para os outros cidadãos.
O trânsito nas cidades e estradas é uma aventura em parte porque cumprir regras é uma exceção e dá a quem as cumpre a sensação de sair lesado, agravada pela falta crônica de sinalização, fiscalização e manutenção das ruas e rodovias.
Comerciantes acham que tem o direito de delimitar o espaço da rua em frente ao seu negócio para que ninguém estacione.
Temos Polícia Civil, Polícia Militar, Agentes de Trânsito e outros funcionários públicos e raramente são vistas abordagens, ninguém quer se incomodar, não vai dar em nada mesmo.
Reclamamos dos preços dos alimentos, dos combustíveis, dos estacionamentos, dos péssimos serviços públicos, da conta de luz e água, do atendimento nos supermercados e lojas de eletrodomésticos nos programas de rádio e não nos órgãos competentes.
Gatos de luz e água e furtos em lojas são alarmantes.
Fazemos necessidades fisiológicas pelas ruas, descartamos resíduos pelas janelas de nossos carros, depositamos lixo nos locais de coleta de forma inadequada, os catadores de recicláveis rompem as poucas embalagens inteiras e animais espalham o restante, afinal os garis ganham para isso não é?
Nossos alunos saem das escolas sem falar português e tampouco conhecem matemática.
Ainda assim nossos jornais, revistas e programas de televisão, tem mais espaço para futebol, fofocas das novelas e amores dos famosos, que política, economia e educação preponderantes para o nosso futuro.
Faltam-nos nortes, ou pior estamos com os errados.
É cada vez mais comum vermos menores infratores e que quando são apanhados lembram que são menores, portanto, inimputáveis. Nem os pais ou responsáveis respondem.
Aliás, é cada vez mais comum aparecerem vídeos, de mães agredindo desafetos de seus filhos e ou os apoiando quando cometem delitos como agressões a professores.
Caminhões e ônibus que sofrem panes ou acidentes têm suas cargas assaltadas antes mesmo de aparecer o socorro e antes mesmo de se importar com os feridos. Isso tudo envolvendo crianças, adolescentes, adultos, velhinhos e até autoridades.
Vamos às ruas em eventos como a parada gay, marcha para Jesus, mas somos tímidos para reclamar da corrupção, da educação paupérrima, da segurança pública de faz de conta, da falta de compromissos de nossos governantes.
Casos de corrupção são tratados com clemência, pois outros já fizeram isso antes.
Vândalos arrebentam vitrines, equipamentos públicos, saqueiam lojas, agridem policiais e clamam por direito de expressão.
Músicos exaltam feitos de traficantes, retratam o nosso tempo com visão limitada, sem horizontes. Dizem-se da periferia, discriminados, perseguidos sem no entanto se aprofundar, culpando autoridades, inimigos externos.
Nunca se faz mea culpa.
Por certo autoridades se omitem, mas também nós não fazemos a nossa parte.

Certamente a sociedade teria benefícios se todos estivessem preocupados em fazer o certo e não em buscar um jeitinho fácil.     

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